“Future-se, tem por finalidade, o fortalecimento da autonomia administrativa e financeira, das Instituições Federais de Ensino Superior- IFES, por meio da parceria com organizações sociais e do fomento à captação de recursos próprios”. O plano anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) para a reformulação da organização orçamentária das universidades públicas, acendeu o alerta para o corpo docente como um todo.
O projeto Future- se é o fim da democratização das universidades, conforme a Constituição Federal da República Federativa do Brasil, Art.205. “ A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
Segundo Presidente Jair Bolsonaro “É um programa simples que vai dar uma nova dinâmica para a Educação.” Mas o que podemos esperar de um governo que vem cada vez mais penalizando as universidades de forma tão dura, com cortes sucessivos em seu orçamento, pois além dos 30%, foram acrescentados cortes adicionais de custeio.
A representatividade das Universidades Públicas, se caracterizam pela ascensão sociais daqueles que são relevantes, no Brasil, segundo pesquisas da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, os universitários brasileiros que ingressam em universidades públicas são, em sua maioria, pessoas de baixa renda, negros e mulheres. Nos últimos 15 anos, a inclusão de estudantes mais pobres por exemplo, com renda familiar per capitã de um salário mínimo e meio, subiu de 42,8% para 70,2% de 2003 para 2018.
A proposta representa a falta de enaltecimento para com a valorização da Educação Brasileira, em tempos de crises não somente sociais e econômicas, a falta de incentivo para com o futuro do Brasil demonstra a falta de coerência na administração pública daqueles que foram escolhidos para representar o povo Brasileiro e suas necessidades.
Ironicamente, vivenciamos um momento em que está havendo cada vez mais a fusão de grandes conglomerados de educação privada que certamente são fortalecidas, e a partir do momento onde as leis passam a ser outras. A lei de mercado, a procura e oferta, se torna cada vez mais real.
“Futuro do pretérito, tempo do verbo que se refere a um fato por vir, condicionado a outro fato a ele anterior.” Fica o questionamento, estamos caminhando ao futuro ou ao regresso? Será a volta para um passado próximo, não vivenciamos apenas uma crise econômica, mas também social, a falta de crítica social, a influência midiática cada vez mais forte, objetifica e diminui a devida importância da educação e da aquisição não apenas material, e sim intelectual.
“O importante da educação não é apenas formar um mercado de trabalho, mas formar uma nação com gente capaz de pensar.”
José Arthur Giannotti
Fonte: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=79041
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/1241734/artigo-205-da-constituicao-federal-de-1988
imagem: Divulgação
Colunista do Porta Politizando
Letícia Barbosa