quinta-feira, julho 4, 2024

Feminicídio – A invisibilidade sobre a violência contra a mulher no Amazonas.

O Caso Lorena é o retrato fiel da injustiça no Estado do Amazonas. Foram cerca de 10 anos para se ter um “julgamento”. O resultado do julgamento incorpora a magnetude invisível da violência contra a mulher. O  patriarcado, o machismo sempre são os principais ingredientes do feminicídio.

Um estudo apresentado recentemente pelo pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Jesem Orellana, apurou que cerca de 50% dos assassinatos de mulheres no Brasil no ano de 2017, envolveram agressões por enforcamentos/estrangulamentos, queimaduras por chamas/fogo, facas, arma de fogo, pauladas e objetos contundentes, agressões físicas fatais e agressões sexuais por meio de força física. Há de se destacar que o montante de agressões por meio de armas de fogo, considerado no estudo, representa apenas 20% do total de agressões registradas por essas armas, no país.

Em Manaus, o estudo apresentou os  homicídios intencionais de mulheres com enfoque nos feminicídios, em Manaus, nos anos de 2016/2017,  e apontou que cerca de 40% das mortes de mulheres maiores de 11 anos foram feminicídios, ou seja, a cada 10 homicídios de mulheres, em Manaus, nesse período, quatro foram feminicídios, e em torno de 30% e 20% das vítimas de homicídio, sofreram violência sexual e fizeram uso de álcool antes da agressão, respectivamente.

O estudo também aponta que na Região Norte os casos de feminicídios é maior. Para o pesquisador as possíveis justificativas estão associadas ao patriarcado dominante e ao sentimento masculino de que a mulher é propriedade privada, algo que historicamente foi sedimentado na sociedade brasileira.

O outro fenômeno seria a influencia pelos elevados padrões de violência urbana observados na região, que na maior parte das vezes, é superior aos padrões de regiões socioeconomicamente mais desenvolvidas.

Segundo relatório do Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEVUSP, 2018), em
2017 em média 12 mulheres foram assassinadas por dia no Brasil, um dado alarmante que
representa um aumento de 6,5% dos casos em relação a 2016.

Com um total de 4.473 homicídios dolosos, sendo 946 casos de feminicídio, ou seja, uma taxa de 4,3 mortes por 100 mil pessoas do sexo feminino, fazendo o Brasil ocupar o 7° lugar dentre os países mais violentos do mundo, dentre 87 nações, em relatório da organização Mundial de Saúde (OMS).

O perfil do agressor da mulher, geralmente são homens, com algum
grau de parentesco, como pai, irmão, primos ou também responsável pela mesma, no caso de crianças, isto se deve em razão da mulher ser a principal vítima da violência doméstica, o que reforça a ideia de dominação masculina sobre a mulher, por entender que o mesmo possui mais direitos que ela.

As principais causas da violência descritas são o ciúme e o jogo de poder, compreendendo-se que estão relacionados a um problema que é muito complexo, advindo de uma construção social do gênero, dos papéis sociais esperados ao homem e a mulher, que
culminam em uma desigualdade social, que estaria entre as causa mais comuns da violência contra a mulher.

É importante que a sociedade venha combater a violência contra a mulher. As implicações desse problema são estruturais. No caso de violência denuncie: Ligue 180.


 

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