quinta-feira, julho 4, 2024

Artigo- “Insegurança Pública” – A ineficácia do poder público e a eficácia do poder das facções.

Para falar sobre a segurança da população, faz-se necessário caracterizar três palavras chave: Estado, polícia e segurança pública.

A violência urbana persiste como um dos mais graves problemas sociais no Amazonas. Os primeiros meses do ano de 2020 estão sendo marcados pelo crime, violência, caos e mortes na capital.

As questões sociais que envolvem o problema da violência urbana, engloba o agravamento do desemprego, a falta de educação de qualidade, a fragmentação da relação familiar, a pobreza que vem aumentando gradativamente, a ineficiência de grande parte dos serviços públicos, a falta de fiscalização dos órgãos competentes sobre o serviço público, a má vontade política e a falta de organização da sociedade civil.

O Estado nos remete a uma entidade soberana com governança de um povo dentro de uma área territorial delimitada. Sendo a polícia uma instituição para aplicar as leis, punir e vigiar a população.

A Segurança Pública é um órgão executivo de medidas de vigilância e repressão, que atua atualmente como um sistema integrado de prevenção, coação, justiça e defesa dos direitos.

O desafio no Amazonas é gerir na prática a integração entre os interesses do Estado- Polícia – Segurança Pública. Além disso, deve-se realizar a articulação entre as esferas dos poderes federais, estaduais e municipais. Complexo não é?

Como reunir um conjunto de ações imediatas para conter os atos de violência na cidade de Manaus? Cada segmento e esfera do poder público que atua na segurança da população vem atuando historicamente de forma individual, privilegiando um jogo de interesse político e econômico que não beneficia a população.

O maior agravante nessa situação é que as galeras, se tornaram facções criminosas, na atual conjuntura, encontram-se organizadas e gerenciadas como empresas. Trabalham em cadeias de produção e estão em massa realizando a captação de material humano (pessoas) para trabalharem na sociedade do crime.

Convenhamos que essa situação não se dá de forma isolada e classificada apenas aos criminosos. Temos aí personagens importantes que agenciam financeiramente o tráfico de drogas. Quem são eles? os criminosos de colarinho branco (políticos e empresários), funcionários de órgãos da segurança pública que estão envolvidos em práticas de corrupção, milícia e as pessoas que vendem e compram drogas.

O maior exemplo de que é possível pensar segurança pública de modo diferente e mais
eficaz foi, o esforço feito para garantir a segurança durante a Copa do Mundo no ano de 2014 e que esteve baseado na proposta de compartilhamento de responsabilidades entre diferentes organizações e esferas de poder e governo.

A Copa foi encerrada sem grandes crises na segurança, esse feito foi possível em função da centralidade política e institucional. Governos e instituições dialogaram e articularam suas ações integradas no planejamento e operações, pensando mais nos resultados e menos nas suas lógicas autônomas de funcionamento.

Tudo depende dos interesses. E o que move os interesses? O Dinheiro!

O certo pelo certo.

Só quem sofre as consequências sobre a rede de omissão, corrupção e aumento do engajamento da criminalidade em Manaus, no Amazonas e em todo o Brasil é o POBRE.

A violência atrelada a criminalidade, ocorrem em regiões de fronteiras, comunidades ribeirinhas e em zonas periféricas. Porém essas realidade vem mudando em Manaus, por aqui membros de facções criminosas residem em condomínios de luxos e as encomendas de execução estão ocorrendo em todas as 06 zonas da capital.

É necessários aumentar o efetivo policial e investir profundamente no combate a corrupção dentro da polícia. Isso se faz através de políticas de melhorias salariais e oferecimento de estrutura de qualidade para esses trabalhadores.

Precisamos de projetos sociais que envolvam a sociedade civil, privilegiando ações socioeducativas de esporte, cultura, lazer e científicos para os adolescentes e jovens.

Toda a sociedade precisa falar sobre a violência e a criminalidade. Precisamos criar uma discussão ampliada nos espaços coletivos como igrejas, praças, escolas, universidades, unidades de saúde com a presença do poder público.

O poder público deve valorizar como uma instituição central do Estado democrático de direito e da cidadania: AS PESSOAS.

Precisamos nos envolver nessa causa que é de todos!


  • Redação Portal Manaós

 

 

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