Artigo| Reflexão de Eva – Qual o papel que VOCÊ tem desempenhado na vida dos seus filhos?

Ei, psiu, você aí, que é pai e/ou mãe, faço um convite agora para iniciar uma reflexão a respeito do papel que VOCÊ vem desempenhado na vida do(da) seu(sua) filho(a).

E para início de conversa, gostaria de lembrá-los que somos resultado de um sistema patriarcal, o qual determinou no pensamento social brasileiro que o papel da mulher é procriar, cuidar da casa, do marido e dos filhos.

Vocês devem estar pensando que é uma grande basteira falar sobre isso em pleno século 21. “Ledo engano”! Muitas mulheres, ainda HOJE, vivem os resquícios (que na verdade não são apenas resquícios ideológicos, são comportamentos camuflados para práticas similares) desse sistema absurdo.

Vamos pensar em alguns fatores que comprovam essa afirmativa? Em primeiro lugar, se você é a mãe que acorda cedo a fim de preparar o café da manhã da sua família, mesmo estando muito cansada, no entanto é “obrigada” a fazer essa atividade porque o seu companheiro se exime dessa tarefa; e/ou todos os dias deixa (e muitas vezes também busca) a criança na escola porque o horário de trabalho do pai é incompatível com o horário escolar – que na maioria das vezes é exatamente assim, basta visitar a frente de uma escola para ver a quantidade de mães que estão presentes lá; e/ou se ausenta do trabalho, da escola, faculdade ou até mesmo de um momento de lazer, porque precisa participar da reunião da escola, levar a criança ao médico, ou simplesmente porque não dormiu à noite devido àquelas “doenças” de criança, como: febre, tosse, alergia, garganta inflamada, e por aí vai (…); e/ou deixa de trabalhar ou estudar porque não tem com quem a criança ficar e você, MÃE, abre mão dos seus sonhos, dos seu desenvolvimento profissional e intelectual, da sua independência financeira, simplesmente porque escolheu SER Mãe, e vai sentir-se culpada se fizer o contrário, enquanto o PAI, quase sempre, se dispõe a “prover” o sustento da casa para que a MULHER desempenhe essas inúmeras tarefas domésticas… E no final, essa mulher, exausta, estressada, cansada e mal-amada recebe como recompensa o seguinte elogio: A fulana é maravilhosa! É ela quem manda na casa (rsrsrs)! Ela é uma mãe perfeita! MULHER, NÃO se conforme com essa condição.

A relação de amor não é isso. O verdadeiro casamento não é esse. O companheirismo não significa você dar sozinha tudo de si em prol da família, sacrificando a si mesma, esgotando até o último suspiro.

Você está apenas se maltratando e se desvalorizando, envelhecendo antes do tempo. E você, PAI, a sua tarefa é muito além de dirigir o carro nos finais de semana para passear, de postar uma foto com legenda de amor nas redes sociais, de enfrentar a fila de um banco para pagar contas, de sair cedo para trabalhar e voltar à noite, após ter parado em algum barzinho para tomar um chopp e esfriar a cabeça depois de um dia de trabalho… (se fosse assim, a mulher não sairia de lá, mas… “deus o livre” se ela fizer isso.

Pensem comigo do que ela é chamada!). Pois bem, depois da nossa reflexão, gostaria de convidar cada MULHER que leu este texto a fazer uma autocrítica a respeito da sua conduta do âmbito familiar e, por favor, caso tenha filho homem, analise mais ainda, pois a educação perpassa gerações, por isso nos encontramos, ainda, na mesma condição de séculos passados, salvo algumas mudanças pontuais. E você que é PAI, mas tem conduta diferente dessa que acabei de citar, digo: você está fazendo o que é correto! Está cumprindo o seu papel de pai, nada além disso. Não merece nenhum mérito, nenhuma medalha, é o seu DEVER. E lá na frente você receberá o resultado do seu comportamento. Não lhe parabenizo por isso!

• Colunista Ma. Iná Isabel de Almeida Rafael 
  

  Professora de Língua Portuguesa e Literaturas
  Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia – UFAM
  Mestra em Letras – UFAM
  

  Especialista em Leitura e Produção Textual
  

  Contatos: (92) 99184-3659
  
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