O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, afirmou que o sistema de saúde na capital do Amazonas já colapsou.
Durante a manhã de segunda-feira (06), durante participação ao vivo no canal de notícias CNN Brasil, Arthur Neto destacou as principais medidas de enfrentamento ao novo coronavírus, causador da Covid-19, reforçando a necessidade das pessoas permanecerem em casa.
“Não há UTIs suficientes para atender a demanda, que só cresce. A solução seria aumentar o número de leitos no principal hospital público, que é o Delphina Aziz. Ao mesmo tempo, é preciso usar a estrutura do hospital Nilton Lins, mas vejo que a obra caminha a passos lentos. Diria que na saúde particular há exaustão e a parte pública já colapsou”, avaliou o prefeito da capital amazonense, aos apresentadores do telejornal Novo Dia, Reinaldo Gottino e Taís Lopes.
Arthur Neto também destacou que a crise provocada pela doença alcança a Zona Franca de Manaus, informando que fábricas deram férias coletivas e outras reduziram a produção, mas seguem tomando os cuidados necessários, o que não impedirá a crise econômica que se aproxima.
“A economia do Amazonas entra em crise outra vez, esse é o quadro. Muitos insumos são importados da China, que está atrasando a entrega, além da alta do dólar. A situação está bastante difícil”, disse.
O prefeito de Manaus apontou possíveis soluções para enfrentar essa crise econômica, com os poderes unindo forças e assistindo a quem mais será afetado.
“É um quadro muito grave. Cada um faz o que pode no seu nível. O governo federal tem que fazer chegar renda às pessoas que precisam, sem vaidade e estrelismos. Temos que ter uma atividade forte do governo estadual para manejar todas as suas forças para ampliar a oferta de leitos. Essa é uma crise sanitária que causa muitos traumas”, alertou.
Durante o domingo (05), Arthur Neto anunciou que decretará a cassação do Alvará de Funcionamento de comerciantes não inclusos nos serviços essenciais e que insistem em desrespeitar as determinações de isolamento social durante a pandemia de Covid-19. Segundo ele, a prefeitura também irá suspender temporariamente a venda do passe estudantil e a gratuidade para idosos em ônibus do transporte coletivo.
A Prefeitura de Manaus já havia suspendido eventos e atividades municipais que causem aglomeração de pessoas, seja no atendimento de órgãos públicos, em praças e parques, ampliando a suspensão para licenças de eventos particulares pelo prazo de 30 dias.
O prefeito Arthur Neto também anunciou medidas econômicas e administrativas que preveem um corte em despesas no valor de R$ 500 milhões, sem que isso afete áreas importantes como Saúde, Assistência Social e Cidadania e Limpeza Urbana. A decisão considera um estudo de sua equipe econômica que estima uma perda de arrecadação no valor de R$ 350 milhões.
“O raciocínio de se dizer que não é preciso ficar em quarentena, que se deve ir pra rua, produzir, ganhar dinheiro, sustentar a economia, é falso. As pessoas saem e ficarão doentes, e doentes não trabalham. Então, o melhor é ficar em casa e o governo federal entender que não é hora de fazer economia, é preciso gasto público com responsabilidade fiscal”, ponderou o prefeito, ao finalizar a entrevista de quase dez minutos.
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- Fonte: Semcom
- Imagem: Alex Pazuello / Semcom