Em grande parte dos casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, o abusador é o pai, um tio, um irmão ou outro parente que mora na mesma casa da vítima. A informação é da delegada Joyce Coelho, responsável pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente da Polícia Civil do Amazonas.
Nesse período de pandemia, cresce a preocupação com o público infanto juvenil, e a subnotificação desse crime tem preocupado as autoridades.
Por causa do distanciamento social, segundo explicou a delegada, esse momento pode estar deixando a vítima impossibilitada de relatar possíveis abusos.
“A experiência nos mostra que as denúncias vêm por meio da escola, do Conselho Tutelar, de um amiguinho que a criança conhece da escola. Pensando na estatística que nos mostra que 90% dos casos acontecem com uma pessoa bem próxima, a criança pode estar nesse isolamento social vivendo todos os dias com o agressor impossibilitada, portanto, de fazer essa denúncia, o que é preocupante”, disse.
De acordo com a autoridade policial, o distanciamento social pode provocar no abusador o sentimento de impunidade, acreditando que, como a criança não está tendo acesso a professores ou a outras pessoas, seu crime ficará impune.
“A gente pede que se um vizinho, um parente próximo, alguém que perceba uma mudança na criança, um indicativo de que ela está sendo vítima de qualquer tipo de violência, seja física, psicológica, sexual, que essa pessoa denuncie para que a gente possa entrar em contato com a família. Embora os serviços essenciais tenham sido restritos na pandemia, a Segurança Pública e a Saúde são essenciais, e a criança é prioridade absoluta”, afirmou.
A DEPCA segue fazendo o atendimento presencial, respeitando todos os protocolos das autoridades de saúde.
A sede da Especializada fica na avenida Via Láctea, Conjunto Morada do Sol, no bairro Aleixo, zona centro-sul da capital. As denúncias também podem ser feitas por meio dos números (92) 3656-7445, Disque 100 (Direitos Humanos) ou 181, o disque-denúncia da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
- FOTO: Alailson Santos/PC-AM