quinta-feira, novembro 21, 2024

Saúde – “Denúncia” – Prefeito Arthur Neto alerta sobre genocídio aos povos indígenas com avanço da Covid-19 na Amazônia. ASSISTA AO VÍDEO!

A declaração do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, ao cobrar medidas efetivas por parte do governo federal para conter o avanço do novo coronavírus na Amazônia, consiste em denuncia, pois o prefeito informa que a doença está matando índios que moram em aldeias mais afastadas da capital amazonense.

“Temo um genocídio no nosso Amazonas, porque temos um presidente que não liga para os povos indígenas e não valoriza essa cultura. Quero denunciar esse crime contra a humanidade que acontece na minha região”, diz Prefeito.

Em vídeo publicado em suas redes sociais, Arthur Virgílio ressalta que, em menos de um mês, já foram registrados mais de 150 casos de Covid-19 em aldeias indígenas, que não tem estrutura para combater a doença.

Veja o vídeo:

Os gregos tinham orgulho, no passado, em dizer: “Sou filho de Zeus”. Mas eu digo: “Sou filho de Ajuricaba”, herói amazônico que resistiu como grande guerrilheiro e líder militar à colonização portuguesa. Tenho vontade de combater o bom combate para salvaguardar a vida dos povos indígenas e não a tristeza de vê-los morrendo, sem direito de defesa. A parceria com o Grupo Samel e o Instituto Transire de Tecnologia e Biotecnologia da Amazônia já chega a alguns municípios do interior, levando a estrutura que adotamos no nosso Hospital de Campanha Municipal. É preciso muito mais e temo por um genocídio no nosso Amazonas, porque temos um presidente que não liga para os povos indígenas e que não valoriza essa cultura. Quero denunciar esse crime contra humanidade que está acontecendo na minha região.

Posted by Arthur Virgílio Neto on Tuesday, May 19, 2020

O prefeito informa temre pela perda de uma história milenar.

“No Alto Rio Negro existem 27 etnias, com suas línguas maternas, assim como no Alto Solimões, e cada índio que morre leva consigo parte da história, que não é escrita, mas é passada de forma oral de geração a geração. São milênios de sabedorias. Se todos os índios morrerem, serão mais de dez mil anos de civilização indígena perdida na nossa região, seria algo imperdoável”, alertou.

Para o prefeito de Manaus, além da falta de conhecimento e de cultura, a falta de interesse e liderança por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro, interfere no trabalho de tentar frear o avanço do novo coronavírus.

“Temos um presidente que faz um conselho sobre a Amazônia, que não funciona para nada, a não ser dar conselhos ruins, que estimulam o desmatamento, a invasão, o agronegócio.

Precisamos de uma decisão do governo federal muito forte, precisamos de liderança do presidente, que está faltando, para dar um basta nisso e perceber o quanto é importante para a cultura deste país tudo o que os índios já nos transmitiram de conhecimento, o que eles representam e ainda podem representar em nossas vidas”, ressaltou.

Arthur destacou ainda que o conhecimento indígena pode ser um grande aliado para economia do Brasil.

“Já que a preocupação do governo parece ser apenas com a economia, os índios também podem ajudá-la a se desenvolver, pois são grandes conhecedores da natureza e de todos os benefícios que uma exploração da biodiversidade pode trazer. Um doutor formado pela universidade pode ter o conhecimento de laboratório, mas o indígena tem da mata, os dois juntos podem ser grandes aliados para o desenvolvimento de pesquisas e de outros projetos que desenvolvam a economia”, relatou.

Preocupado com a situação dos indígenas do interior, que não possuem hospitais em condições adequadas de equipamentos para atender vítimas da Covid-19, o prefeito Arthur Neto decidiu levar a cápsula “Vanessa” também a outros municípios do Amazonas.

Com o apoio da Prefeitura de Manaus, o método deve ser utilizado nos municípios de Barcelos, Tefé, São Gabriel da Cachoeira, Benjamin Constant e Tabatinga.

Ao se dizer disposto a entrar na briga pela vida dos indígenas do interior do Amazonas, Arthur Virgílio relembrou a história do índio guerreiro Ajuricaba.

“Foi um herói amazônico que resistiu como um grande líder militar à colonização portuguesa. Foi preso, algemado e acorrentado, preferiu se jogar nas águas da baía do Buiuçu e morrer, a ser humilhado pelos seus inimigos. Ele é um símbolo para todos nós”, contou o prefeito, acrescentando ter orgulho da herança deixada pelo índio guerreiro. “Se um grego diz ‘sou filho de Zeus’, eu posso dizer ‘sou filho de Ajuricaba’, pois tenho essa vontade de combater o bom combate, que é salvaguardar a vida dos nossos índios e não os ver morrer sem defesa”, finalizou Arthur.


 

  • Fonte: Semcom
  • Imagem: Divulgação.

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