O novo relatório semanal do InfoGripe, relativo à semana epidemiológica 20 (17 a 23 de maio), mostra uma retomada ou manutenção da tendência do crescimento do número semanal de casos de SRAG em diversas regiões do país.
Segundo o estudo, essa propensão – considerada muito elevada – aliada ao alto percentual de detecção de Covid-19 entre os casos com teste laboratorial positivo, sugere a necessidade de manutenção das recomendações de distanciamento social para evitar demanda hospitalar acima da capacidade de atendimento.
A análise aponta que diversos estados já relatam sobrecarga excessiva na sua rede hospitalar, alguns deles já apresentando capacidade máxima ou próxima da máxima.
O coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, ressaltou que essa tendência poderá afetar a taxa de crescimento dos casos notificados nas próximas semanas, “uma vez que as notificações dependem de hospitalização, a depender dos fluxos adotados para notificação de casos em fila de espera em cada estado ou município”.
O pesquisador observa que os dados sugerem uma nova fase de desaceleração no número de novos casos semanais, embora sem indicativo de redução no número de novos casos. O que pode, de acordo com Marcelo Gomes, representar uma provável estabilização nas últimas semanas, após a retomada do crescimento acelerado observado no mês de abril.
Imagem: Relatório InfoGripe
O panorama sugere que as regiões Centro-Oeste e Sul mantiveram tendência de crescimento acelerado, enquanto a região Sudeste apresenta sinal de crescimento com taxa mais lenta – sinal de desaceleração.
Marcelo Gomes destaca que ao analisar os dados sem utilização dos filtros de sintomas da definição de SRAG, ou seja, considerando todas as hospitalizações e óbitos inseridas no sistema sivep-gripe, a situação do Nordeste sugere manutenção do crescimento, embora em desaceleração.
“Em relação à região Norte, mantemos a recomendação de consulta aos gestores locais para avaliação das filas de espera em relação aos leitos hospitalares, a fim de avaliar se a redução no número de casos semanais é de fato consequência da redução no número de casos na população ou reflexo da incapacidade de internar novos pacientes”, afirmou.
Quanto aos números, o coordenador do InfoGripe ressalta que, durante a epidemia de Influenza H1N1, foram registrados 90.465 casos ao longo de todo o ano de 2009 no Brasil, atendendo os critérios de sintomas de SRAG. Sem levar em conta a presença de febre, foram 100.477 casos. Sem a aplicação de nenhum filtro de sintomas sobre os registros daquele ano inseridos no sistema de notificação, foram 202.529 casos.
A estimativa atual de casos de SRAG notificados em 2020 já é maior em todos esses recortes, sendo que no caso dos registros com presença dos sintomas que definem SRAG, com ou sem presença de febre, os dados já inseridos no banco também já é superior do que o total registrado em 2009.
O que é Síndrome respiratória aguda grave?
Síndrome respiratória aguda grave (SARS, do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome, ou SRAG, em português) é uma doença respiratória viral de origem zoonótica causada pelo coronavírus SARS-CoV.
A doença causa sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, dores de cabeça, calafrios e dores musculares. No entanto, a SARS é uma doença muito mais grave do que a maioria das outras infeções por coronavírus, que geralmente causam apenas sintomas ligeiros.
Confira aqui o manual da SÍNDROME GRIPAL/SRAG – Classificação de Risco e Manejo do Paciente.
Acesse: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/sindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdf
- Fonte: Fiocruz -IOC
- Imagem: Divulgação