Vários pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro estão em análise. Desde que A lei 1.079/50, conhecida como Lei do Impeachment em que ofecere embasamento para solicitação legal. A solitação mais antiga está em análise na mesa de Rodrigo Maia há mais de 450 dias.
O tema mais recorrente entre os pedidos é a acusação de interferência na PF – prova que as denúncias de Sergio Moro geraram grande incômodo em atores políticos e na cidadania. Desde a saída de Moro, foram 16 novos pedidos. Outros temas recorrentes são: apologia à ditadura militar, presença em manifestações antidemocraticas, ataques à imprensa e a postura diante da pandemia do coronavírus.
Os autores são de todos os matizes políticos e incluem ex-aliados de Bolsonaro, como os deputados federais Joice Hasselman (PSL) e Alexandre Frota (PSDB). Em 21 de maio, uma coalizão rara nos partidos de esquerda, protocolou um pedido assinado pelo PT, PSOL, PCdoB, PSTU,PCB,PCO e UP, com o apoio de 400 organizações civis.
Mas há também 32 pedidos de pessoas comuns, como a brasiliense Neide Lamar que, indignada com o fato do presidente quebrar o isolamento social decretado na sua cidade, foi até o Congresso duas vezes acompanhada do irmão e da mãe.
Essa ferramenta permite a qualquer pessoa explorar os pedidos de impeachment que estão sob análise, conhecer o que pensam seus autores, e pedir à presidência da Câmara para acompanhar o andamento.
Há pouco mais de 500 dias ocupando a Presidência da República, Jair Bolsonaro enfrenta duas crises simultâneas: a sanitária, gerada pela Covid-19 – o Brasil já é o segundo país com maior número de casos no mundo – , e a política, que ganhou novas dimensões desde o início da pandemia.
Mas crise é o que não faltou desde o início do governo: logo em seu segundo mês, o PSL, então partido do presidente, foi acusado de ter abrigado um esquema de candidaturas laranjas nas eleições de 2018, o que levou à primeira queda de ministro – Gustavo Bebianno – poucos dias depois da denúncia e assim, vários ministros já foram exonerados dos seus respectivos cargos.
A postura de Bolsonaro tem lhe rendido críticas de líderes e da imprensa internacional. No início de maio, ele foi caracterizado pela revista científica britânica The Lancet, uma das publicações médicas mais conceituadas do mundo, como “a maior ameaça à resposta do Brasil à Covid-19”.
O apoio ao presidente tem se mantido mais ou menos estável ao longo das sucessivas crises: a última pesquisa do Instituto Datafolha, publicada em 28 de maio, indicou que 33% da população o avaliam como bom ou ótimo, mesmo patamar do levantamento anterior feito logo após a saída de Moro, em 27 de abril e um pouco acima do realizado no início de dezembro, quando a proporção dos brasileiros que o apoiavam era de 30%.
Por outro lado, o mesmo instituto aponta para o aprofundamento da polarização política, com crescimento da reprovação ao governo, que na a última pesquisa atingiu 43%, sendo que no fim de abril era de 38%, e, em dezembro, de 36%.
Acesse aqui os pedidos de Impeachment: https://apublica.org/impeachment-bolsonaro/
- Fonte: apublica https://apublica.org/impeachment-bolsonaro/
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