quinta-feira, julho 4, 2024

Brasil – Supremo Tribunal Federal decide manter medidas de proteção a indígenas na pandemia.

O Supremo Tribunal Federal decidiu durante esta quarta-feira (5), por unanimidade, manter medidas de proteção a indígenas em meio à pandemia do novo coronavírus.

A ação judicial foi apresentada por partidos e pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro vetou trechos de lei de proteção aos povos indígenas contra a Covid-19, aprovada pelo Congresso.

Segundo a Articulação dos Povos Indígenas, atualmente são 21.646 indígenas contaminados pelo coronavírus, e 623 mortes em 148 povos afetados.

Na decisão de julho, foi determinado que o governo adotasse cinco medidas para proteger os índios e afirmou que o plano de contingência, elaborado anteriormente, era vago e trazia apenas orientações gerais.

Entre as determinações ao governo estão:

  • criar uma sala de situação para gerenciar o combate à pandemia entre esses povos com participação de indígenas;
  • fixar medidas para conter invasores nas terras dessas comunidades;
  • e garantir o acesso ao sistema de saúde para indígenas que vivem também em áreas não homologadas.

O texto aprovado pelo Congresso considera que povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais são grupos em situação de vulnerabilidade extrema e determina ações para o governo federal diminuir os impactos da pandemia:

  • garantir acesso a testes rápidos e do tipo PCR;
  • fornecer remédios e equipamentos;
  • organizar o atendimento em centros urbanos e acompanhar os casos que envolvem indígenas;
  • contratar profissionais para reforçar o apoio à saúde indígena;
  • construir hospitais de campanha nos municípios próximos às aldeias.

Bolsonaro vetou 16 pontos do texto, entre eles, o que previa que União, estados e municípios garantissem:

  • acesso universal à água potável;
  • leitos de UTI;
  • ventiladores e máquinas de oxigenação do sangue;
  • distribuição de materiais informativos sobre a Covid;
  • facilitação do pagamento do auxílio emergencial e benefícios previdenciários.

A sala de situação se reuniu pela primeira vez no dia 17 de julho, mas parte de representantes de povos indígenas considerou o tratamento do governo “humilhante”, com ofensas e ameaças.

O Ministério da Saúde afirmou que já mantém o saneamento e o abastecimento de água para terras e territórios indígenas atendidos pela pasta, que tem garantido assistência aos mais de 750 mil indígenas, que reforçou as ações de informação, prevenção e combate ao coronavírus com as comunidades indígenas, gestores e colaboradores de todo o Brasil, e que enviou quase 800 mil itens de saúde aos distritos sanitários especiais indígenas.

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