Durante mais de uma hora, o proprietário da empresa Prime, Rafael Garcia da Silveira, prestou depoimento na CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), durante esta quarta-feira (19).
Rafael Garcia alegou ter sido enganado com prejuízos financeiros superior a R$ 2,5 milhões sacados por seu antigo sócio, o empresário Sérgio Chalub. A Prime mantém contratos irregulares com o governo do Estado por intermédio de processos indenizatórios.
Ao ser questionado pelo presidente da CPI da Saúde, deputado delegado Péricles (PSL), sobre como surgiu a sociedade com Chalub, Rafael Silveira afirmou que o seu sócio na empresa e em outros empreendimentos anteriormente administrava a Prime, assinando propostas e apresentando à Secretaria de Estado da Saúde (Susam) sem sua participação direta.
“Eu mudei o nome assim que o doutor Sérgio saiu da empresa pra desvincular totalmente o nome da imagem dele. Hoje quem administra sou eu. Na época quem administrava era o Sérgio (Chalub). Para provar que eu não tinha a administração dessa empresa, no mês de maio de 2019, a empresa recebeu R$ 969 mil da empresa Petros, no dia 12 de junho de 2019 a gente já vinha cambaleando e se estressando rumando para a separação. Foi-me entregue a empresa com saldo na conta de menos R$ 6.796,48 mil e eu tinha R$ 81.421,00 mil para pagar de rescisões de funcionários, e mais de R$ 290 mil de impostos e tributos, folha de pagamento em aberto de R$ 112 mil e nós devíamos a fornecedores, mais de R$ 108 mil”, lamentou.
Rafael, que mora em Porto Alegre (RS), ainda disse que recebia relatórios do desempenho da empresa na capital gaúcha e depois percebeu que esses documentos eram alterados, manipulados.
Ele afirmou que fazia retiradas mensais de R$ 15 mil, R$ 20 mil, e seu sócio, Sérgio Chalub, retinha R$ 200 mil.
Péricles explicou que o dono da empresa Prime, Rafael Garcia também já foi da Líder, ambas as empresas realizam serviços por processos indenizatórios ilícitos, e faturam milhões na esfera pública, sendo selecionadas, inclusive, para prestar serviços sem qualquer histórico no mercado.
“Ele veio hoje à CPI após ter sido citado pelo senhor Sérgio Chalub como responsável pela apresentação de atestado falso de capacidade técnica, fato que ele negou completamente. Detectamos inúmeras contradições no que ele disse e no ex-sócio alegou na última semana. Vamos seguir apuração porque hoje o proprietário veio aqui dizer que desconhecia completamente dados sobre a própria empresa. Ele disse apenas ter confiado e dado autonomia ao sócio”, afirmou.
Na avaliação do presidente do colegiado, apesar do depoente ter rompido a sociedade, a CPI precisa saber de fato é o porque de quem prestava apenas serviços de manutenção de impressoras ser ´promovido´ a favorito em processos indenizatórios.
“O senhor Rafael nos disse hoje que isso se deve apenas à qualidade do trabalho da empresa dele, mas esse argumento não pode ser aceito tão facilmente por essa CPI. Seguiremos apurando, afinal, são milhões pagos sem o devido processo licitatório e administrado por um empresário que sequer reside em Manaus”, concluiu.
- Fonte: Portal O Poder.
- Imagem: Divulgação.
