Foi iniciado através da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), um plano de reorganização da rede de saúde da capital com propósito de melhorar a rotatividade de leitos em Prontos-Socorros e hospitais de retaguarda.
Por meio disso, o órgão pretende potencializar a resolutividade dos atendimentos que mais exercem pressão sobre essas unidades, como problemas ortopédicos, de vias biliares e vasculares.
Com altas acontecendo em menor tempo, haverá mais leitos vagos na rede, permitindo que os Prontos-Socorros e os hospitais de retaguarda absorvam melhor a demanda reprimida por serviços que foram suspensos devido à pandemia, assim como os atendimentos de urgência e emergência que aumentaram após a reabertura gradual das atividades econômicas, como os acidentes de trânsito.
O plano também tem o objetivo de preparar a rede para um possível crescimento no número de hospitalizações com o início da sazonalidade de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a partir da ocorrência mais frequente de chuvas em Manaus, que geralmente é acompanhada pelo aparecimento de infecções respiratórias.
Marcellus Campêlo, secretário de Saúde, afirmou que o trabalho de reordenamento da rede é dinâmico e contínuo, sempre direcionado à necessidade principal daquele momento. Ele destacou que o plano inicial tem previsão de ocorrer pelos próximos 30 dias, focado na oferta de atendimento de um novo perfil de paciente.
“Estamos elaborando esse plano para aumentar o número de leitos nos Prontos-Socorros e, também, destinarmos leitos de retaguarda para pacientes pós-covid. Existe um novo perfil de paciente, que a pandemia nos trouxe, que é o paciente pós-covid que se cura do vírus, porém necessita ficar internado, recebendo assistência por algum tempo”.
Em relação à área de ortopedia, a SES-AM está realizando o mapeamento de pacientes que estão internados em hospitais e Prontos-Socorros, aguardando por cirurgias eletivas. A ação vai permitir a desospitalização desse paciente, que não se enquadra mais no perfil de urgência, de modo que ele seja inserido em um fluxo para a realização de cirurgia.
Pacientes com problemas de vias biliares (como cirurgia de vesícula) e vasculares também receberão o mesmo procedimento adotado, hoje, eles ocupam leitos enquanto aguardam pelos procedimentos cirúrgicos. Até a última sexta-feira (16), 220 pacientes com esse perfil, aguardando cirurgias eletivas, estavam internados em unidades de urgência e emergência.
Esse novo fluxo de cirurgias ortopédicas, de vias biliares e vasculares vai conjugar esforços das equipes dos Prontos-Socorros João Lúcio, Platão Araújo, 28 de Agosto, Delphina Aziz (com exames), da Fundação Hospital Adriano Jorge, do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), do Hospital Universitário Francisca Mendes, do Hospital Geraldo da Rocha e do Hospital Beneficente Português.
Para ampliar o número de cirurgias por dia a fim de garantir a desospitalização desses pacientes, a SES-AM está redesenhando e reforçando a carta de serviços de cada unidade, observando o perfil das equipes e estrutura instalada de cada hospital. Onde for preciso, haverá reforço nas equipes, na aquisição de insumos, na ampliação de horas trabalhadas e melhorias estruturais nos hospitais.
A SES-AM realiza este trabalho com a parceria de consultores do Hospital Sírio Libanês. Os profissionais já atuam em uma ação que visa reduzir a superlotação e melhorar o tempo de espera no atendimento, em três hospitais, em Manaus (Platão, 28 de Agosto e João Lúcio). A ação faz parte do projeto do Ministério da Saúde (MS) “Lean nas Emergências”, que é realizado pelo Hospital Sírio Libanês e que foi aderido pela Secretaria de Estado de Saúde.
- Fonte: SES-AM
- Imagem: Divulgação/SES-AM