sábado, outubro 5, 2024

Ciência – Veneno da cascavel amazônica pode ser utilizado para tratamento de câncer.

A revista “Scientia Amazonia” publicou um estudo científico relatando que toxinas presentes no veneno da cascavel amazônica, variedade “amarela”, são capazes de matar bactérias e linhagens de células cancerígenas de tumores de pele, mama e colorretal.

Foi observado pelos pesquisadores, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que as toxinas isoladas desse veneno ofídico podem, futuramente, originar matéria-prima para a produção de medicamentos antibacterianos e anticancerígenos.

A serpente amazônica Crotalus durissus ruruima é uma das cinco subespécies de cascavel existentes no território brasileiro, sendo encontrada no estado de Roraima, região Norte do Brasil. O veneno do animal apresentou atividade antibacteriana contra a bactéria Gram-positiva Staphylococcus aureus, e ação citotóxica contra linhagens de células tumorais.

Conforme informado pela pesquisadora do projeto, Ilia Santos, os venenos de serpentes brasileiras têm sido alvo de uma série de estudos que resultaram, por exemplo, no desenvolvimento de medicamentos como o Captopril (anti-hipertensivo) e o Batroxobin (anti-hemorrágico), derivados de uma substância isolada do veneno de jararaca.

Em virtude disso, o estudo dos constituintes presentes nos venenos tem se mostrado uma importante ferramenta biotecnológica para o desenvolvimento de protótipos de novas drogas para uso terapêutico.

Os efeitos das propriedades medicinais das toxinas isoladas da serpente, foram testados (in vitro) pela pesquisadora, sobre as células de melanoma, adecarcinoma de mama, carcinoma colorretal e fibroblasto humano e notou-se que a substância foi capaz de matar as células cancerígenas num período de 72 horas de tratamento.

As toxinas tiveram ação bactericida sobre as bactérias do gênero Staphylococcus aureus, causadores de infecções pulmonares, cutâneas entre outras. As estirpes do microrganismo, em contato com a substância, morreram no período de 24 horas. Por isso, o achado sugere que o composto possui um constituinte que pode atuar como antibiótico.

Foram realizados diversos trabalhos a partir dos venenos ofídicos brutos ou com frações isoladas dos venenos das subespécies de C. durissus. Os experimentos demonstraram variedades de ações farmacológicas, com destaque para as atividades antifúngicas, antileishmanias, antiparasitária, antivirais, antibacterianas e antitumorais.

O projeto “Potencial antibacteriano e citotóxico dos venenos variedades ‘amarela’ e ‘branca’ da Serpente Amazônica Crotalus durissus ruruima” foi desenvolvido na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte (MG), e amparado pelo Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados para o Interior do Estado do Amazonas (RH-Interiorização–Fluxo Contínuo), Edital nº 003/2014.


  • Fonte: G1
  • Imagem: Divulgação

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