De acordo com informações da Fundação de Vigilância e Saúde (FVS-AM), no decorrer do mês de outubro, as internações em virtude da Covid-19 tiveram aumento de 117% em relação ao mês de setembro. No mês anterior foram 359 internações em hospitais da capital, já neste mês o número subiu para 781 internações.
O Hospital Delphina Aziz teve quase 100% dos leitos de UTI ocupados no final do mês de outubro. Esse número é próximo ao pico de internações registradas pelo hospital durante a pior fase da pandemia no estado, ocorrida entre abril e maio. Até a última terça-feira (04), mais de 163 mil pessoas foram infectadas e outras 4,5 mil foram a óbito no estado.
Segundo a FVS, os números dizem respeito às internações diárias em leitos clínicos e UTIs, tanto das redes de saúde pública e particular de Manaus. De acordo com a Fundação, o aumento nas hospitalizações impacta no aumento do número de mortes. Em Manaus, cerca de 30% dos internados evoluem para óbito.
Aumentou também o número de óbitos. Foram registrados em Manaus, durante o mês de setembro, 189 mortes, enquanto em outubro, o número subiu para 232, representando um crescimento de 22%.
Segunda onda
A crescente no número de casos e internações se iniciou em setembro, acendendo um alerta na saúde pública do Amazonas. A diretora-presidente da Fundação de Vigilância e Saúde (FVS-AM), Rosemary Pinto, afirmou que restaurantes, bares e flutuantes, eram os novos focos da doença, que agora atinge um número maior de pessoas de 20 a 49 anos.
“Os nossos dados demonstram um pequeno crescimento no número de casos em unidades privadas de saúde, principalmente em pessoas das classes A e B. Temos muitos profissionais liberais que estão sendo afetados e os locais de exposição onde essas pessoas contraíram o vírus são, principalmente, área de recreação”, disse na época.
Por conta disso, o prefeito Arthur Neto voltou a decretar o fechamento da Praia da Ponta Negra e ampliamento do número de Unidades Básicas de Saúde (UBSs), destinadas ao atendimento de pacientes com o novo coronavírus.
Em seguida, o governador Wilson Lima, decretou o fechamento de bares e flutuantes como uma medida de tentar conter a transmissão desenfreada do vírus na cidade.
O decreto estava previsto para terminar dia 26 de outubro, porém, teve prorrogação por mais 30 dias. Wilson Lima negou que o estado esteja passando por uma segunda onda de Covid-19, mas informou o recebimento pelo Governo Federal de novos insumos para o tratamento de pacientes com a doença.
O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jesem Orelana, através de uma entrevista no mês de setembro à GloboNews, afirmou que a capital do Amazonas está vivendo uma segunda onda de casos da Covid-19. O epidemiologista e autor de um estudo sobre a doença no estado propôs a adoção de lockdown para conter a circulação do vírus.
“É indubitável que estamos em uma segunda onda em Manaus, que estamos tendo um elevando número de hospitalizações por casos graves de síndromes respiratória aguda grave. Esse tipo de cenário epidemiológico em que se tem a Prefeitura aumentando os atendimentos nas unidades básicas de saúde, você tem o governo do estado aumentando o número de leitos para internação por casos suspeitos e confirmados de covid-19, é completamente incompatível com a tese de que temos imunidade de rebanho”, disse Jesem.
- Fonte: FVS
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