Neste domingo (08), morreu o médico sanitarista e professor Hesio de Albuquerque Cordeiro, aos 78 anos, no Rio de Janeiro, por conta de uma doença degenerativa.
Hesio dedicou sua carreira à saúde pública, um dos exemplos disso é que o médico foi um dos formuladores da proposta de criação de um “sistema universal de saúde” no Brasil e ajudou a fundar o SUS.
Desde a ditadura militar, Hesio lutava em favor de uma saúde gratuita e universal no Brasil. No ano de 1971, o médico liderou o grupo de médicos e sanitaristas progressistas que fundou o Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
A IMS foi o primeiro programa de pesquisa sobre saúde pública no país, além de ter formulado as bases para que fosse criada pela Constituição de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 1976, Hesio foi um dos que propôs a criação do SUS através da carta escrita com os colegas José Luís Fiori e Reinaldo Guimarães intitulada “A questão democrática na área da saúde”.
O documento que foi considerado um manifesto em defesa da saúde pública, mostrava que o motivo do crescimento de doenças antigas e da mortalidade infantil no Brasil ocorreu por conta da política de privatização da saúde promovida através dos militares.
No final do texto, foram propostas bases para ser criado um sistema único de saúde de responsabilidade do Estado.
“Transformem os atos médicos lucrativos em um bem social gratuito à disposição de toda a população” – trecho do manifesto “A questão democrática na área da saúde” (1976).
Hesio Cordeiro também foi diretor da Agência Nacional de Saúde (ANS) de 2007 a 2010 e, em 2015, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- Fonte: G1
- Imagem: Flaviano Quaresma/Abrasco