Nesta quinta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás com suas declarações de que iria revelar os nomes dos países que compram madeira ilegal do Brasil, e afirmou que irá revelar “nomes de empresas” que comprariam produtos brasileiros ilegalmente. Porém, ele não revelou os tais nomes.
“Nós temos aqui os nomes das empresas que importam isso e os países que elas pertencem. A gente não vai acusar o país A, B ou C de estar cometendo um crime. Mas empresas desses países, sim. Isso já está em processo. Isso vai se avolumar, no meu entender, ao ponto tal que se tornará não atrativo a importação de madeira ilegal”, disse Bolsonaro, durante a sua live.
Bolsonaro afirmou que “países outros nos criticam, em algumas oportunidades, até com razão, mas em outras, não”.
“Quando nós conseguirmos chegar a bom termo essa questão, vai diminuir drasticamente o desmatamento no Brasil. Nós temos aqui o montante de madeira que é exportada por ano. E, só nesse contexto, já vê que não sai de área de manejo. Obviamente, tem também de reserva indígena em área de proteção ambiental. Esse é um grande sinalizador”, declarou o presidente.
De acordo com o chefe de estado, foram acionadas a Polícia Federal para o combate aos crimes florestais e a Marinha Brasileira para fiscalizar as ações de enfrentamento.
“Toda ela (madeira) sai por via aquoviária. Não sai por estrada, sai por rios. Então dá pra gente fazer barreiras e conter o deslocamento dessa madeira. A que for legal, passa. A que não for, não passará mais.”
O pronunciamento de Bolsonaro na cúpula do Brics, alega que o Brasil sofre com “injustificáveis ataques” em relação à região amazônica, além de afirmar que algumas nações que criticam o Brasil também importam madeira brasileira ilegalmente da Amazônia.
“Revelaremos nos próximos dias os nomes dos países que importam essa madeira ilegal nossa através da imensidão que é a região amazônica. Porque, daí, sim, estaremos mostrando que estes países, alguns deles que muitos nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão”, disse o presidente.
O pronunciamento ainda afirmou que “há um clamor mundial no tocante” à exportação da madeira brasileira e retomou o discurso de que não será apontado nenhum país como culpado pelas operações ilegais.
“A gente não quer culpar outros países em nada. Até reflorestamento, eu te pergunto: tem notícias de outros países que está preocupado com seu próprio reflorestamento? Ou não? É uma acusação constante em cima do Brasil, visando obviamente nos enfraquecer comercialmente”, disse.
Bolsonaro argumentou o interesses de outros países em prejudicar o Brasil, em virtude de sua competitividade em commodities agrícolas. O presidente usou como argumento um projeto de lei no Reino Unido que prevê o cancelamento de importações de commodities de produtos vindo de países que desmatam, de acordo com ele.
“Aí, (cortaria) soja, café, açúcar, borracha, seja lá o que for, de países que praticam o desmatamento… E o ano que vem, novembro do ano que vem, teremos um encontro da cúpula europeia sobre mudanças climáticas. E esse assunto vai falar alto lá. Daí outros países podem adotar a mesma coisa. A intenção é sempre nos deixar isolados naquilo que nós temos na nossa economia, que é o mais pujante, que é a locomotiva da nossa economia, que é o agronegócio.”
- Fonte: Terrra
- Imagem: Adriano Machado/Reuters
