Nesta sexta-feira (20), houve um debate na Câmara dos Deputados promovido pela Secretaria da Mulher. O debate gerou conclusões de que a saúde da mulher negra no Brasil depende de fatores sociais, não apenas das condições de atendimento em hospitais.
A psicóloga especialista em saúde coletiva e atenção primária pela Faculdade de Medicina da USP, Luana Alvez diz “Saúde tem a ver com moradia, saneamento básico, com emprego, com renda, com acesso à educação, à cultura e a políticas de lazer. Saúde é muito mais do que o corpo estar funcionando”.
Foram apresentados dados pela psicóloga mostrando que a saúde mental das populações negras no Brasil está mais comprometida do que a de pessoas não negras. Existem variadas problemáticas, e isso influencia diretamente nos aspectos físicos.
“A gente vê as mulheres negras como grandes vítimas de depressão, adoecimentos afetivos, ansiedades, insônias, de todo tipo de adoecimento que tem a ver como nosso bem-estar”.
Segundo Luana, a diabetes atinge 50% a mais as mulheres negras do que as brancas e ainda afirma:
“Isso não tem a ver com uma predisposição natural do nosso corpo. São condições de vida, de alimentação, moradia, psíquicas. Tudo isso leva aos nossos indicadores de saúde serem muito piores”.
A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) defendeu o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), que é para muitos a única forma de cuidar da saúde.
“É fundamental defender o SUS. É o modelo no qual o mundo se espelha. Quando a gente congela investimentos no SUS, a gente precariza o trabalho e dificulta o acesso a esse serviço, que é usado na maioria pela população negra”.
- Fonte: Em Tempo
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