quinta-feira, julho 4, 2024

Saúde – Pesquisador da Fiocruz propõe lockdown em Manaus para conter disseminação de Covid-19.

Nesta terça-feira (22), o epidemiologista e pesquisador da Fiocruz/Amazônia (Fundação Oswaldo Cruz), Jesem Orellana, propôs que seja decretado pelo Governo do Amazonas ‘lockdown’ em Manaus, para conter a disseminação do novo coronavírus.

De acordo com o pesquisador, o município está vivendo uma “segunda onda” da doença, que pode ser evidenciada pela superlotação nas internações por coronavírus no hospital Delphina Aziz e no Pronto Socorro 28 de agosto.

Segundo Orellana, para evitar o maior número de mortes durante o final de dezembro e janeiro do próximo ano, é necessário haver uma medida mais radical. O alerta ocorre por conta da movimentação nas vendas do comércio, shoppings, bares e das festas de fim de ano, com registros de aglomerações.

Ainda conforme o epidemiologista, o hospital de referência no estado do Amazonas, Delphina Aziz, atingiu na última semana 99% das internações.

No mês de setembro, Orellana havia proposto ‘bloqueio total’ no Estado, principalmente, em Manaus, para conter a segunda onda. Nesta terça-feira (22), o Amazonas registrou 1.217 casos de infecções, de acordo com o boletim da Fundação de Vigilância em Saúde.

Ainda na terça, o Governo do Amazonas anunciou a reabertura de novos leitos para tratamento da Covid-19, em toda rede pública estadual da capital e rede complementar.

 “Neste momento, em que você tem leitos de UTI e leitos clínicos, principalmente, do Delphina Aziz e do Pronto Socorro 28 de Agosto, ambos com lotação máxima, é muito complicado você pensar em medidas menos restritivas do que um lockdown, porque de fato não funcionam”, afirmou Jesem Orellana.

Segundo o pesquisador da Fiocruz, o Amazonas não aprendeu a lidar com repetidas experiências mal sucedidas.

“Manaus, desde o início da pandemia, sempre teve enormes dificuldades de conter a circulação viral, de aderir a medidas de distanciamento físico, do uso de máscara, somado a baixíssima capacidade de fiscalização e, principalmente, de punição. Não foi por acaso que teve o pico explosivo da mortalidade e do contágio em abril, e quase que, imediatamente, em maio começa a fazer a flexibilização das medidas de distanciamento, num contexto precário. Manaus, em momento algum, se manteve num período razoavelmente longo acima de 50 % de isolamento social. Sempre ficou num número muito baixo, que justifica esse problema que temos tão prolongado e tão forte da pandemia, do número de doentes e mortos”, avaliou.

“Manaus não conseguiu fazer um lockdown. Mas, tanto essas medidas mais radicais como as menos restritivas são todas inviáveis, no cenário que Manaus se encontra. Infelizmente, o bloqueio total, está fora do nosso horizonte, embora seja o recomendável”, concluiu Orellana.


  • Fonte: Portal De Amazônia
  • Imagem: Divulgação

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