sexta-feira, novembro 22, 2024

Brasil – Documentos apontam que Ministério da Saúde utilizou órgãos públicos para disseminar remédios sem eficácia no combate à Covid-19.

Sob o comando de Jair Bolsonaro, árduo defensor do tratamento precoce contra a Covid-19, e contra todas as medidas preventivas que são, de fato, eficazes para prevenir a disseminação do Coronavírus, o Ministério da Saúde usou a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para a produção de 4 milhões de comprimidos de cloroquina, com verba emergencial voltada a ações contra a Covid-19 e com destinação prevista do medicamento a pacientes infectados.

Os documentos oficias do Governo Federal comprovam isto:

 

A Fiocruz recebeu cerca de R$ 457,3 milhões para “enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus”. Não houve detalhamento de como o dinheiro seria gasto. O texto da Presidência da República enviado ao Congresso fala apenas em “produção de medicamentos”.

Os documentos enviados ao MPF apontam gastos de R$ 70,4 milhões para a produção de cloroquina e Tamiflu pela Fiocruz.

Durante todo o período da pandemia, Bolsonaro incentivou o uso de tais medicamentos que tiveram sua eficácia negada, como a Ivermectina, ou não comprovada para o tratamento da Covid-19.

Segundo a Fiocruz, a produção de cloroquina e de Tamiflu não impactou as ações voltadas a pesquisas, testes e desenvolvimento de imunizantes, por se tratarem de unidades distintas no órgão.

Na sexta-feira (05/02), a fundação confirmou que Farmanguinhos, o instituto responsável pela fabricação de medicamentos, recebeu os R$70,4 milhões – do fundo de ações contra a Covid-19 – para atender ao programa nacional de prevenção e controle da malária.

Nem a Fiocruz nem o Ministério da Saúde comentaram o uso dos recursos da Medida Provisória, voltada a ações contra o Coronavírus, para a produção dos dois medicamentos.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que a aquisição da cloroquina não foi realizada e que o Tamiflu não é para Covid-19, mas para influenza. “Ao atuar no tratamento da influenza, ele favorece a redução da sobrecarga ao sistema de saúde em função do aumento de doenças respiratórias.”

O Exército também teria produzido cerca de 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina a partir de solicitações dos Ministérios da Defesa e da Saúde, e gastou R$ 1,16 milhão, enquanto a Aeronáutica esteve responsável por realizar o transporte destes medicamentos.

O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, atualmente é investigado por omissão à crise sanitária que atingiu os hospitais, a economia e sociedade amazonense.


  • Fonte: Folha de São Paulo.
  • Imagem: Divulgação

 

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