Os vírus são formas de vida que se adaptam e sofrem mutação de forma muito rápida. No caso do Coronavírus, as variantes que mais preocupam a comunidade científica são as encontradas no Brasil, Reino Unido e África do Sul, P1, B.1.1.7 e 501Y.V2, respectivamente, por possuírem mutações que facilitam a propagação do vírus e serem capazes de “enganar” o sistema imunológico, aumentando assim, o número de infecções e reinfecções.
O Amazonas passou por uma crise sanitária catastrófica no começo do ano em decorrência da variante P1, encontrada em mais de 90% das amostras coletas de pacientes infectados. Até o momento, não se sabe qual é o impacto de ter essas três variantes circulando na mesma região, mas infelizmente, O Brasil é o único dos três países a registra-las em seu território.
A B.1.1.7 já tem casos confirmados no Rio de Janeiro e em São Paulo e a 501Y.V2 já foi achada em Salvador, na Bahia. E a P.1 já foi encontrada nas três capitais. A falta de políticas públicas para atenuar a propagação do Corona é a principal causa das incertezas quanto ao futuro dos brasileiros nessa crise de saúde pública.
Apenas no Amazonas, já foram documentadas 18 variante desde o início da pandemia, ainda sim, acompanhar a evolução e a presença de outras variantes torna-se complicado pela baixa testagem feita no país.
Mesmo sem saber ao certo que cenário epidemiológico o Brasil pode enfrentar, os especialistas não tem uma visão muito otimista, visto que o vírus sofre mutação a cada organismo diferente que encontra, dificultando ainda mais o rastreamento.
“Tudo é muito novo, mas sim, elas podem circular simultaneamente, se nenhuma delas tiver nenhuma vantagem. Mas a tendência é que vença a que se transmite com maior rapidez”, afirma Eduardo Flores, virologista da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul (UFSM-RS).
“Vírus e bactérias estão há muito mais tempo por aqui por esse motivo, são mestres em evolução e adaptação”, afirma Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz da Amazônia.
“É difícil a gente pensar certinho em cenários viáveis porque a gente conhece muito pouco delas em solo brasileiro. Mas podem coexistir sim. Em geral, a mais apta acaba prevalecendo”, explica Mellanie Fontes-Dutra, biomédica, neurocientista e coordenadora da Rede Análise Covid.
Os especialistas reafirmam o quão imprevisível é comportar as três variantes mais infecciosas na mesma região. Existem muitas possibilidades caso elas encontrem um ambiente apropriado para sua proliferação, considerando as mutações que carregam e tudo isso favorecê-las.
- Fonte: Vocativo
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