sexta-feira, novembro 22, 2024

Amazonas – Termo “variante amazonense” vira pauta de debate por ser considerado inapropriado. Entenda.

Wilson Lima contesta utilização do termo ‘variante amazonense’ para denominar nova cepa do coronavírus

OMS orienta que não se deve identificar variantes virais utilizando referências geográficas

O governador do Amazonas, Wilson Lima, refutou o uso do termo “variante amazonense”, para se referir à nova cepa do Coronavírus, que vem sendo utilizada com frequência por diversos meios de comunicação. De acordo com a OMS e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), utilizar nomes de cidades, países, regiões e continentes para denominar variantes virais é inapropriado e pode ocasionar estigma e equívocos.

Segundo Wilson, não seria justo que o Brasil e o mundo batizem ou façam referência a essa variante como sendo do Amazonas ou de Manaus. “Não é justo que o nosso povo continue sendo taxado por isso.” Disse ele.

A comunidade científica entende que o uso é inapropriado.

O diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) em exercício, Cristiano Fernandes, reforça que é necessário prudência ao classificar a mutação do vírus.

“A gente precisa desmistificar isso, não é uma variante do Amazonas, é uma variante que foi verificada, primariamente, no Amazonas (…) As variantes são processos naturais dos vírus. Os vírus vão acumulando mutações e, eventualmente, ocorrem essas mudanças, que a gente chama de variante”, ressaltou Fernandes.

A OMS acrescenta que também não devem ser usados nomes de pessoas; espécie ou classe de animal ou alimento; referências, culturais, populacionais, industriais ou ocupacionais; e termos que incitam medo.

Variante P.1

A P.1 é uma das 18 variantes do novo coronavírus já mapeadas no Amazonas. O estudo realizado pela Fiocruz Amazônia, em parceria com a FVS-AM, confirmou a origem da P.1 e um aumento substancial na frequência dessa variante nas amostras analisadas.
De acordo com o estudo, entre as amostras analisadas, a variante P.1 respondia, em dezembro, por 51% dos casos. Já no dia 13 de janeiro, esse percentual aumentou para 91%. Também foi identificada a circulação dessa variante em 11 municípios do Amazonas, nos estudos realizados em janeiro.


  • Fonte: Semcom
  • Imagem: Divulgação

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