A repórter Érica Barbosa entrevistou o professor David Barbosa, assistente social e ativista pela causa dos profissionais da área. A conversa decorreu da discussão sobre a emergência do o piso salarial, visto que Brasil é o segundo país no mundo em número de assistentes sociais, mas ainda não existe um piso salarial
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O piso salarial
“O serviço social é a profissão dos pobres.”
Segundo o professor, existe uma questão histórico-filosófica por trás da forma que os profissionais da área são vistos pela sociedade, que “se permitiram” serem vistos dentro de dogmas cristãos de caridade, fazendo com que o Serviço Social fosse desvalorizado.
David afirma que há discrepâncias entre o discurso de distribuição de riquezas e “voto de pobreza”.
Refém do estado
Não existe amparo legal para o exercício da profissão enquanto profissional liberal, embora tenha sido reconhecida em 1949 como tal. No entanto, com o passar dos anos, passou a submeter-se ao poder do Estado.
Dessa forma, cerca de 400 mil assistentes sociais não tem campo de trabalho dentro dos órgãos públicos. Os ativistas cobram uma série de direitos que são negados para regulamentar a profissão.
David denuncia a associação do Cfess à classe dos servidores, uma vez que o órgão funciona em prol do estado e não dos profissionais. “É uma polícia do Estado, que fiscaliza a profissão mas não protege o profissional.” Segundo ele, os movimentos sindicais estão subjugados às normas do Cfess, retirando a autonomia dos mesmos.
Orçamento Público
Há pelo menos 10 Projetos de Lei que tramitam pedindo piso salarial de até R$7,500. Segundo ele, os partidos disputam entre si pela hegemonia do projeto ao invés de unirem as propostas, segundo o professor David.
Para ele, de acordo com a conjuntura, o piso salarial inicial deveria começar por algo em toro de R$4,000 ou R$5,000, valor que representa a elite se comparado a maioria que ganha cerca de R$1000 mensais.
Articulação de movimentos
Para David, não existe coletividade vinda dos profissionais por repressão do Cfess, que não permite a existência de um sindicato independente que aborde as pautas de forma diferente.
Sem proteção sindical ou constitucional, os profissionais seguem tendo seus direitos violados. Para ele, é necessário que haja mobilizações coletivas em cada estado ou município, para que assim, os movimentos criem força à nível nacional.
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- Fonte: Redação Portal Manaós
- Imagem: Divulgação