Durante 30 dias, até serem presos pelo homicídio do menino, o casal combinou estratégias de defesa, dividiu angústias e trocou presentes, elogios e até declarações apaixonadas
O material, ao qual um veículo de comunicação com reconhecimento nacional teve acesso com exclusividade, consta na perícia feita em 14 aparelhos eletrônicos apreendidos com os dois, seus familiares e ainda com o pai da criança e ex-marido de
O casal foi denunciado pelo promotor Marcos Kac, do Ministério Público do Rio de Janeiro, por tortura qualificada, homicídio triplamente qualificado contra a criança, coação e fraude processual.
As trocas de mensagens logo após a morte de Henry mostram preocupações do casal com a aparência, com o que vestir e calçar e, até mesmo, com a maneira de se portar em público.
O delegado Antenor Lopes Martins Junior passou as últimas semanas investigando o assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos, o mesmo revelou os bastidores da investigação.
“ O delegado Henrique Damasceno, titular da Barra da Tijuca, que é um delegado da minha mais absoluta confiança, eu que indiquei pra Barra, ele já trabalhou comigo na delegacia de combate às drogas. Ele me ligou, dizendo que tinha um caso sensível, da morte de uma criança de apenas 4 anos. E o relato apresentado era de acidente doméstico. No entanto, como ele tinha muita experiência com homicídios, ele estava achando o caso estranho. E que estava requerendo uma atenção especial da Polícia Civil. E combinamos de fazer isso. De acionar os médicos legais, foi feita uma perícia no apartamento no mesmo dia. Porque é aquilo. A família está abalada, enlutada, perdeu uma criança de 4 anos. É um caso que por si só já exige da polícia muita sensibilidade, muita cautela. Muita humanidade. Por mais que a gente desconfie, precisa ter muito cuidado, porque a gente está diante de uma família enlutada. E assim foi feito. Foi feita uma perícia preliminar. O corpo foi encaminhado pro IML. A gente fez contato com a equipe de plantão e pediu uma atenção à diretora.”
“Descobrimos que ele tentou liberar o corpo no Barra D’Or fazendo um pedido… Um executivo recebeu uma ligação do vereador, querendo liberar o corpo sem passar pelo IML. Assim que eu soube disso, recebi pessoalmente esse executivo. E ele me relatou tudo. Ele me contou que não conseguia dormir. Que olhava pros filhos e dizia que precisava contar o que sabia pra polícia. O cara estava assim… Sabe quando o cara quer botar pra fora? Ele estava angustiado. No fim, o cara me abraçou e disse: “Muito obrigado. Agora eu estou aliviado”. Isso foi bem próximo do momento das prisões. Nós só prendemos quando percebemos que eles estavam aliciando testemunhas. Ali foi a gota d´água.”
“A mãe sabia, mas ela tentou administrar. Tentou fazer por menos. Ela estava numa situação da vida dela que ela queria manter o status, a boa vida. Ela estava na situação que ela sonhava. Foi morar na Barra, num belo apartamento. Conseguiu uma nomeação que o salário dela subiu 400%. Tava com um político de prestígio. A vida dela estava financeiramente progredindo de uma maneira muito rápida. Até porque era uma relação rápida, de muito pouco tempo. O padrão de vida dela subiu absurdamente. Então, ela foi tentando… É uma espécie de cegueira deliberada, sabe? O que nos causou perplexidade é mesmo após a morte ela não ter gritado. Ela tinha que berrar. Ter contado. Na verdade, teve esse episódio aqui, aquele episódio ali. Lembra que ela levou o filho no médico porque ele estava mancando? Ela tinha que ter protegido seu filho de 4 anos. Isso é o que cada mãe tem que fazer. Ela tinha que ter tirado o filho daquele apartamento, afastado daquele cara estranho, de comportamento anormal. Ninguém está responsabilizando ela à toa. Mesmo depois da morte do menino, ela continuou com o cara, sustentou a versão mentirosa dele, participou dessa farsa de acidente doméstico. Ela foi presa dormindo no mesmo quarto que ele, cara! O que não falta são provas. A Monique falou seis horas na delegacia, teve todas as oportunidades, e não quis contar nada.”
- Fonte: Extra-globo.
- Foto: Divulgação.