sexta-feira, novembro 22, 2024

Artigo Opinião – Costumes socialmente aceitos que são tão nocivos quanto o Abuso e a Exploração Sexual Infantil.

Quando pensamos sobre a Campanha de Conscientização do Maio Laranja, mês alusivo ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil, gera o grande questionamento, apenas um mês é suficiente para refletirmos e lutarmos contra os impactos que uma infância interrompida gera?

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada 8 minutos, pelo menos 1 estupro acontece.

  • 57,9% das vítimas tem no MÁXIMO 13 anos.
  • 85,7% são do sexo feminino.

Quando analisamos o contexto histórico e social que vivenciamos, a criança é figura de insuficiência, de fragilidade, muitas vezes de desrespeito pela crença de que “tudo deve ser aceito pelo menor, a criança não entende, e não deve questionar. ” A falta de compreensão com o processo infantil gera impactos psicológicos vida a dentro.

Durante esse processo de análise e conversa com cada um de vocês que leem e participam desse processo democrático que é a formação de opinião, entro em um devaneio ao indagar “Quantas crianças perderam a fé? ”, “Quantas perderam a confiança? ”, “Quantas não se sentem ouvidas ou vistas? ”, “Quantas se sentem inseguras? ”, “Até quando tantas terão seus direitos ignorados e violados? ”.

Existe na literatura inúmeras definições e termos utilizados para caracterizar a violência do tipo sexual, como estupro, abuso sexual, atentado violento ao pudor e dentre outros. Mesmo com estudos, entendimentos, e analises que vem sendo traçadas anos a dentro, é necessário que a população não banalize, não entenda como “comum”, não deixe de se escandalizar e lutar por aqueles que muitas vezes não podem e não sabem se proteger.

E se o meu leitor perguntar, “Por que vítimas de abuso sexual demoram a denunciar? ” Eu poderei perguntar novamente “Por que tantas famílias são coniventes e omissas ao descobrirem? ”, “Por que adultos insistem em não instruir suas crianças sobre consentimento, sobre educação sexual (de acordo com sua idade e compreensão)? ”, “Por que a vítima segue sendo culpada e questionada? ”.

Quando vamos lembrar que nos números da estatística também existem vidas, existem nomes, existem sonhos e medos, existem realidades diferentes, e que todas estas devem gozar de seus mais absolutos direitos de segurança e bem-estar.

Para finalizar, cito brevemente Albert Camus: Não é o sofrimento das crianças que se torna revoltante em si mesmo, mas sim que nada justifica tal sofrimento. E deixo a todos o questionamento “Até quando fecharemos nossos olhos? ”. Que não seja necessário 1 mês, mas que seja posto em prática todos os 365 dias.


  • Por Letícia Barbosa.
  • Foto: Divulgação.

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