sábado, outubro 5, 2024

Política – “Não ia ficar calado?” – Em depoimento à CPI da Pandemia, Eduardo Pazuello declara que Manaus ficou sem oxigênio apenas 3 dias e deu versões diferentes de demais ex-ministros da saúde.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello não fez uso, até o momento, do habeas corpus a que tem direito para permanecer em silêncio durante o depoimento à CPI da Covid-19 e tem respondido a todas as perguntas feitas pelos senadores. Em um depoimento com contradições, o ex-ministro deu versões diferentes às relatadas por outros depoentes sobre algumas ações do Governo Federal no enfrentamento à pandemia.

Durante depoimento, Pazuello afirmou que foi informado sobre a crise da falta de oxigênio no Amazonas no dia 10 de janeiro em reunião com o governo estadual.

Porém, o senador Humberto Costa (PT-PE) informou que, no inquérito que investiga as omissões do governo federal sobre a crise, o Ministério da Saúde foi informado sobre a falta de oxigênio em 8 de janeiro.

Além disso, a White Martins encaminhou e-mail à pasta, no dia 14 de janeiro, alertando sobre a falta de oxigênio no Amazonas.

“O assunto é muito profundo. Ações proativas, precoces, trazem respostas melhores”, disse Pazuello sobre o caso.

Disse também, diferentemente de Carlos Murillo, executivo da Pfizer, e do ex-secretário de Comunicação Social do Governo Fábio Wajngarten, Pazuello disse que houve resposta sim às ofertas de vacina feitas no ano passado pela empresa farmacêutica. Também divergiu de seus antecessores no cargo — Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich — sobre questões com a influência dos filhos do presidente Jair Bolsonaro e o uso de cloroquina.

Na versão de Mandetta, Carlos e seus irmãos, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), dificultaram a relação com a China, país fornecedor de material de saúde.

Nesta quarta-feira, Pazuello também negou influência dos filhos de Bolsonaro e até lamentou não ter falado mais com eles.

”Não havia influência dos filhos políticos dos presidentes. E eu achava que ia me encontrar mais com eles.” disse o ex-ministro.

Nesta quarta-feira, indagado por Calheiros se sua nomeação para ministro, em substituição a Teich, se deu sob a condição de cumprimento de alguma ordem, como por exemplo a recomendação do uso de cloroquina ou outro remédio para tratamento precoce da Covid-19, Pazuello negou:

“ Em hipótese alguma O presidente nunca me deu ordens diretas para nada.”

O ex-ministro, segundo informações do senador Otto Alencar, que é médico, teve mal-estar e, na linguagem técnica, uma síndrome do vasovagal, teve um mal-estar dessa natureza e foi atentido pelo senador Otto, e depois se recuperou, declarou Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

Pazuello, por sua vez, negou o mal-estar.

“Não, eu não passei mal. E amanhã (o depoimento) continua”, disse aos jornalistas na saída do prédio do Senado Federal, acompanhado do senador governista Marcos Rogério (DEM-RO).


  • Fonte: Da redação / O Convergente.
  • Foto: Divulgação.

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