Um dia após ser alvo da 4ª fase da Operação Sangria, da Polícia Federal (PF), o governador do Estado Wilson Lima (PSC) fez uma live para prestar esclarecimentos à população e fazer acusações a membros da CPI da Covid, no Senado.
Conforme o governador, senadores da CPI estão se aproveitando da oportunidade para antecipar a disputa eleitoral de 2022.
Sem citar claramente o nome de Eduardo Braga (MDB), o governador sugeriu que o senador está usando a CPI como palanque político, que ele não tem moral para tecer acusações contra sua idoneidade, uma vez que é investigado em práticas de corrupção e que Braga não teria feito nada para auxiliar no combate à pandemia no Amazonas. Na live, que durou pouco mais de 24 minutos, ele diz ser preciso analisar o contexto político por trás da CPI.
“O contexto político que é o pano de fundo dessa situação. Tem gente aqui do Amazonas que quer inaugurar o processo eleitoral de 2022 na CPI da Covid. Tem gente que quer que eu vá depor, para lá me atacar. Imagina eu chegar lá e um cara que é investigado pela Lava Jato, que foi delatado pela JBS e tem tantos outros processos me atacar. E eu pergunto: qual a contribuição que essa pessoa deu, que esse senador deu, para salvar vidas aqui no Estado do Amazonas?”, questionou.
Operação:
O governador Wilson Lima também falou sobre as ações da PF em torno da 4a fase da Operação Sangria, realizada no último dia (02). Mais uma vez ele se defendeu das acusações.
“Com relação a operação, eu já falei sobre isso. Estou muito tranquilo. Não há nenhuma prova contra mim, de que cometi qualquer ato de ilegalidade. Não há nenhuma prova contra mim de que tive qualquer tipo de benefício. Acredito no trabalho da Justiça e que ao término do processo a verdade irá prevalecer”, afirmou dizendo estar à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos, assim como todo o meu secretariado.
Bastidores:
Nos bastidores especula-se que os “ataques” feitos ao governador Wilson Lima tem como alvo também o senador Omar Aziz, que teria interesse na reeleição para o Senado e contaria com o apoio de Lima para essa empreitada. O enfraquecimento de Lima fortaleceria o nome de Braga para o governo do Estado e também tiraria a máquina pública da campanha de Aziz.
O enfraquecimento da imagem de Omar, que tem ganhado destaque como presidente da CPI da Covid, recebeu ataques também do chefe do executivo nacional. Em sua live semanal, em um trecho, Jair Bolsonaro (sem partido) se refere ao senador Omar Aziz como “PhD em desvio de recursos no Amazonas”.
“O que mata a gente não é quem manda dinheiro para o Estado. O que mata a gente é quem desvia dinheiro do Estado. E falando em desvios, você tem um PhD aí do seu lado. Fala com o Omar Aziz. Ele é PhD em desvio de recurso lá no Estado do Amazona. A Polícia Federal andou visitando a casa dele. A casa da família dele”, destacou Bolsonaro em uma fala direcionada ao senador Renan Calheiros (MDB), relator da CPI da Covid no Senado.
- Fonte: O Convergente.
- Foto: Divulgação.
