Diante dos acontecimentos ocorridos nos últimos 3 dias (5,6 e 7), onde Manaus se encontra em um caos no quesito segurança pública, sem transporte e sem os serviços essenciais funcionando, grande parte dos vereadores parecem negligenciar a situação e permanecem calados.
Com as atividades suspensas na Câmara Municipal de Manaus (CMM), como medida de segurança, os parlamentares parecem ter esquecido a possibilidade de fazer uma sessão virtual nesta segunda-feira (7).
Os poucos que se manifestaram fizeram isso ontem por meio de suas redes sociais, alguns chegaram a declarar que a segurança pública não era competência do parlamento municipal. Foi o caso do vereador Amon Mandel (PODE) que foi bastante criticado pela declaração de que “o momento crítico de segurança pública na capital não é atribuição dos vereadores”.
“Embora não seja uma atribuição dos vereadores, ser político é mais do que isso”, diz a publicação. “Segurança pública é responsabilidade de todos. Está na lei, vereador. Ou você acha que ficar no gabinete tudo vai ser resolvido. Existem medidas que um vereador pode tomar sim”, indagou um internauta ao não concordar com a postura do parlamentar.
O vereador Capitão Carpê (Republicanos), que é presidente da Comissão de Segurança Pública Municipal da CMM, divulgou em suas redes sociais sobre uma série de ações que estaria fazendo ainda no domingo (6) para tratar a questão da segurança na cidade, além de cobrar veemente o Governo do Estado.
O vereador destacou o encontro com integrantes da cúpula da Segurança Pública do Estado, entre outras iniciativas. O vereador foi majoritariamente parabenizado pela iniciativa, mas ainda assim recebeu algumas críticas.
Em um dos comentários, o internauta questionou: “O que falta fazer meu amigo?? Para de fazer tuas lives e tenta resolver isso??”, reclamou. Outro seguidor parabenizou a ação do vereador presidente da comissão: “Pra cima capitão, lhe desejo muita força. Votei em você e estou vendo que continuarei votando. Parabéns pela coragem. Não liga pra torcida contrária não. Que Deus lhe proteja sempre”.
“A minha atribuição enquanto parlamentar municipal infelizmente é muito limitada, mesmo diante de toda essa limitação, estou desde as primeiras horas do dia desse domingo, nas ruas de Manaus, buscando ajudar nas possíveis soluções uma vez que SOU OFICIAL DA PM e SOU VEREADOR, mas podem ter certeza que se eu tivesse o ‘poder’ de fazer acontecer muitas coisas, eu faria. Eu jamais me calaria ou me acovardaria diante dessa crueldade e covardia que esses marginais estão fazendo para nossa população”, respondeu Carpê em seu perfil.
E com toda a repercussão de suas ações e discursos, o vereador acabou sendo ameaçado pela facção criminosa Comando Vermelho (CV). Um papel foi deixado em uma caixa de contador do local onde funciona o seu gabinete, no bilhete membros do CV o ameaçavam. Ademais, como medida de retaliação, atearam fogo no veículo de um policial militar que estava estacionado no mesmo lugar, localizado na Compensa, Zona Oeste.
“Hoje infelizmente atearam fogo no carro de um amigo, policial militar e deixaram um aviso dizendo que não teremos paz. Colocaram prints, com informações de que minha cabeça estava a prêmio, no valor de cem mil reais. Não vou recuar e já solicito do governador e do secretário de segurança, apoio para que disponibilize apoio policial para que a minha vida não fique em risco Não é medo, é cautela”, disse Carpê em estrevista.
O Presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador David Reis, foi quem determinou o cancelamento da sessão na Casa. Em comunicado distribuído pela diretoria de comunicação da CMM, David informou apenas que “A Casa vai suspender as atividades parlamentares e administrativas para resguardar a vida e a integridade física dos servidores”, sem ao menos justificar porque a sessão não foi realizada de forma virtual, como já é uma prática na Câmara Municipal.
- Fonte: Portal O Convergente / Metrópoles / Último Segundo.
- Foto: Divulgação.