Nesta última segunda (21), em entrevista concedida após a formatura de sargentos da Aeronáutica em Guaratinguetá-SP, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) mandou a repórter Laurene Santos, de uma afiliada da TV Globo, e integrantes da sua própria equipe “calarem a boca”, tirou a máscara e reclamou dos outros veículos de comunicação.
“Para de tocar no assunto. Você quer botar… Me botem. Vai botar agora? Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz agora? Essa Globo é uma m… de imprensa! Vocês são uma porcaria de imprensa! Cala a boca!”, reagiu Bolsonaro contra a repórter Laurene Santos.
O presidente também fez críticas à CNN Brasil por supostamente “elogiar” as manifestações contra o governo ocorridas no último fim de semana, em diversas cidades do país. “Jogaram fogos de artifício em cima de vocês e vocês elogiaram ainda”, afirmou, em referência ao caso do repórter Pedro Duran, alvo de agressões durante ato bolsonarista no Rio de Janeiro, em 23 de maio.
Pouco depois, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que estava ao lado de Bolsonaro e usava máscara, também retirou a proteção.
Em nota publicada nas redes sociais, a rede Vanguarda, filiada da TV Globo na qual trabalha a repórter Laurene Santos, se solidarizou com a profissional de imprensa.
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— Rede Vanguarda (@vanguardatv) June 21, 2021
Entidades jornalísticas também manifestaram repúdio às agressões verbais de Bolsonaro contra Laurene Santos. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) , por exemplo, chamou o presidente de “perturbado” e “descontrolado”, e reiterou sua posição a favor de seu afastamento do cargo.
Já a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lembrou outros ataques de Bolsonaro a jornalistas — como a vez em que ele disse ter vontade de encher um repórter do jornal O Globo de “porrada” — e prestou solidariedade à funcionária da TV Vanguarda.
Por fim, políticos também se manifestaram sobre as atitudes do presidente. Em nota oficial, dez senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 repudiaram o comportamento.
“A agressão do senhor presidente da República não foi apenas à jornalista Laurene, mas a todos os brasileiros que anseiam por uma resposta à tragédia que atingiu mais de 500 mil famílias desde o início da pandemia, no ano passado. Tentar calar e agredir a imprensa é típico de fascistas e de pessoas avessas a democracia brasileira”, salientaram os senadores.
- Fonte: Metrópoles / A Cidade ON / UOL.
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