Nesta última quinta-feira (24), o Coordenador do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR), ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, conversou com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a respeito da “importância do ajuste fiscal para os brasileiros”.
Representantes do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), os dois se consideram defensores de uma política econômica mais austera, com redução gradual e constante nos gastos de custeio e maior controle das contas públicas, Arthur e Eduardo apresentaram algumas das medidas tomadas em seus governos, mesmo diante do cenário desafiador da pandemia de Covid-19.
Primeiramente, o ex-prefeito de Manaus destacou os dados de crescimento econômico das vezes em que governou a capital amazonense, e de qual forma conseguiu alcançá-los.
“Governei Manaus por três vezes e sempre foi superavitária. Trato o dinheiro público com muita lisura. Isso coloca a gestão em situação de respeito perante às instituições internacionais. Pena que não se tenha a cultura da continuidade no Brasil. O bom governante não é Tio Patinhas, é aquele que investe e recebe como contrapartida uma cidade, um Estado ou um país em melhor situação”, disse.
Já o governador do Rio Grande do Sul, pontuou os desafios que sua gestão vem superando para fazer o estado avançar economicamente em uma época tão desfavorável.
“É possível fazer políticas públicas com contenção de gastos. Quando assumi o governo, o Estado estava há três anos sem pagar os servidores no último dia útil do mês, municípios estavam sem receber repasses da saúde há seis meses e hospitais fechando serviços por falta de repasses. Encaminhamos processos de privatização, como das empresas de energia e gás, fomos trabalhando a folha de pagamento com reformas nas carreiras e na Previdência. Reduzimos R$ 700 milhões em gastos no ano de 2020 e, este ano, deveremos economizar R$ 1 bilhão, com a perspectiva de ano que vem ser R$ 1,2 bilhão”, destacou o governador.
Arthur relembrou que Manaus alcançou segurança nos gastos e nas aplicações de recursos programados, e que isso a credenciou a ser sondada para obter créditos de importantes instituições financeiras, possibilitando grandes investimentos.
“Quem não trabalha contendo gastos inúteis e supérfluos termina não realizando grandes obras. Não entendo outro meio para se governar que não seja o uso consciente dos gastos. Só se consegue crédito na praça se mostrar uma boa governança nas contas públicas. É preciso aplicar com muito cuidado os recursos porque cada centavo importa”, afirmou.
Em seguida, ele recebeu elogios do convidado por suas ideias e práticas de gestão governamental.
“Parabéns, Arthur, por ampliar a capacidade de obter créditos para investir em obras para Manaus. O Rio Grande do Sul ainda vai levar uns anos para fazer isso”, disse Eduardo.
Na pauta do encontro, entre outros importantes temas, esteve a questão da economia sustentável. Arthur disse que o desafio do Brasil passa pelo zelo ao meio ambiente, e destacou a importância de defender a Amazônia.
“Não acredito em economia que não pense no sustentável. A questão do agronegócio é louvável e essencial para o Brasil, mas não na Amazônia. A Amazônia tem condições de dar lucro com a floresta em pé, com os rios preservados e banhando o restante do país, sobretudo respeitando os povos originários, os indígenas, que podem ser grandes parceiros dos PhDs formais em uma exploração sustentável”, disse Virgílio.
Eduardo Leite concordou que é preciso pensar no crescimento econômico sustentável, e ainda, destacou outras medidas que devem ser priorizadas para concretizar um verdadeiro cenário de desenvolvimento.
“Além disso, precisamos simplificar o país. A reforma tributária, por exemplo, precisa trazer soluções que gerem menos custos e tempo aos empreendedores. Precisamos manter a marca ‘Brasil’ como um país que cuida bem do seu meio ambiente”, ponderou o governador do RS.
Leite também lembrou também que a volta da prosperidade econômica do país passa pela vacinação em massa neste momento de pandemia da Covid-19, algo que para Virgílio não avançou como deveria pela “falta de um comando central”.
“Solidarizo-me com todas as perdas de brasileiros e brasileiras. É muito triste. Sou diplomata e nunca vi o Brasil tão desprestigiado, considerado um marginal na política externa. Temos que resgatar o que já fomos”, externou o político amazonense.
Com participação de internautas de várias partes do país, o evento on-line que tem sido quinzenal foi muito elogiado nas redes sociais.
“Esses dois estão em outro patamar. Dá gosto assistir debate com gente inteligente”, escreveu uma internauta, chamada Juliana, no chat da transmissão.
Por fim, Arthur Neto destacou a importância da criação de “uma escola de educação política” no Brasil, para que, segundo ele, garanta à população total ciência do que é melhor para o país.
“Queremos quem tenha ideias para expor. Não há o interesse partidário, mas sim de preparar o povo para que conheça o que o Estado deve propiciar. É educação política pura. Política com P maiúsculo. Do Amazonas ao Rio Grande do Sul, precisamos unificar o país e fortalecer nossa democracia”, finalizou.
- Fonte: Assessoria de Comunicação / da Redação.
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