domingo, julho 7, 2024

Brasil – “Bola fora?” – Presidente da CBF é afastado por mais 60 dias, após acusação de assédio.

Afastado há cerca de um mês da presidência da CBF por acusações de assédio moral e sexual de uma ex-funcionária, Rogério Caboclo seguirá fora da cúpula da entidade por mais 60 dias. Em reunião nesta última quinta-feira (1), dirigentes entenderam que o retorno de Caboclo poderia amargar a relação entre CBF e patrocinadores.

Opositores do ex-presidente se baseiam no artigo 143 do estatuto da CBF para manter Rogério Caboclo afastado.

“Nos casos de urgência comprovada, a Diretoria da CBF poderá afastar, em caráter preventivo, qualquer pessoa física ou jurídica direta ou indiretamente vinculada à CBF que infrinja ou tolere que sejam infringidas as normas constantes deste Estatuto ou do Estatuto da FIFA ou da CONMEBOL, bem como as normas contidas na legislação desportiva e nos regulamentos da CBF”, diz o artigo.

Contudo, aliados do cartola ponderam interesses particulares na decisão de aumentar seu afastamento. Segundo eles, diretores temem suas demissões caso Caboclo retorne após o período determinado pela Comissão de Ética.

Em junho, áudios revelados pelo programa “Fantástico”, da Rede Globo, confirmaram o assédio contra a ex-funcionária de Caboclo. A conversa descrita acontece após o dirigente chamar a mulher para seu escritório, em um primeiro momento.

A denúncia 

Na denúncia, a funcionária detalha o dia em que o dirigente, após sucessivos comportamentos abusivos, perguntou se ela se “masturbava”. Entre outros episódios de extrema gravidade, segundo a funcionária, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”.

Segundo relato da funcionária, que tem oito anos de CBF, Caboclo fazia consumo de álcool durante o expediente. Ela era obrigada a esconder garrafas no banheiro para que o dirigente pudesse beber sem ser notado. Também cabia a ela recolher as garrafas vazias. Em viagens, era orientada a pedir bebidas alcoólicas para ele nos hotéis – mas marcar o consumo no quarto dela.

Ela detalha um caso ocorrido no dia 9 de março de 2021, na casa do dirigente em São Paulo, onde auxiliava Caboclo em reuniões presenciais e virtuais. Após um dia inteiro de consumo de bebida alcoólica, o dirigente teria chamado a funcionária de “cadelinha”, e em seguida ofereceu biscoitos de cachorro para ela. Como a funcionária o repreendeu, ele então passou a simular latidos.

A funcionária também afirma que Caboclo tentou controlar seus relacionamentos dentro da CBF e pediu que ela mudasse a maneira de se vestir – teria até oferecido dinheiro a ela para comprar novas roupas. Após seguidos episódios, ela pediu licença por motivos de saúde. O presidente da CBF, então, ofereceu um acordo a ela – em troca de dinheiro, ela teria que negar a existência dos abusos e teria que mentir quando fosse perguntada sobre o assunto. Ela recusou e fez a denúncia.


  • Fonte: G1 / Terra.
  • Foto: Divulgação.

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