Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio decidiram, nesta última quinta-feira (8), que as competições na capital japonesa e em outras três províncias serão realizadas sem público nas arquibancadas, devido ao aumento de infecções por covid-19.
Essa decisão representa um recuo na medida anunciada há duas semanas de permitir a entrada de até 10.000 espectadores ou a metade da capacidade das instalações.
A ministra japonesa responsável pelos Jogos, Tamayo Marukawa, anunciou a restrição sem precedentes em eventos olímpicos após um encontro realizado hoje entre o comitê organizador e representantes dos comitês olímpico e paralímpico internacionais.
A decisão de vetar a presença de espectadores em Tóquio foi tomada pouco depois de o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, anunciar a aplicação de um novo estado de emergência sanitária na capital, que coincidirá com a realização dos Jogos.
Seiko Hashimito, chefe do comitê organizador, disse durante o encontro que, para evitar o agravamento das infecções, “é necessário enviar uma mensagem forte e clara”, e destacou que os responsáveis pelo evento tiveram que “tomar uma difícil decisão”. No total apenas oito das 43 instalações poderão ter algum público.
A chefe do comitê pediu perdão, pelo que classificou como uma “edição limitada da Olimpíada”, e também se desculpou com quem comprou ingressos e agora será reembolsado.
Por sua vez, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, declarou que os organizadores “mostraram responsabilidade desde o dia em que os Jogos foram adiados” e acrescentou que apoiaria “todas as medidas necessárias para manter os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos seguros para o povo japonês e todos os participantes”.
Bach participou da reunião por teleconferência após chegar a Tóquio nesta quinta-feira e enquanto realiza uma quarentena de três dias em seu hotel antes de participar da reta final dos preparativos para os Jogos, que estão programados para começar no próximo dia 23 de julho.
No dia 21 de junho, os organizadores anunciaram que os Jogos seriam realizados com um máximo de 10.000 espectadores nas arquibancadas, embora tenham indicado que ainda mantinham a opção de as competições acontecerem a portas fechadas no caso de um novo pico de infecções.
A medida contrariava as recomendações dos especialistas, que alertavam que a movimentação de pessoas que os Jogos trariam junto com a circulação de novas variantes do vírus representaria um risco excessivo, razão pela qual recomendaram a realização do evento sem público.
O estado de emergência sanitária afeta Tóquio e três outras províncias vizinhas que também sediarão competições, além de Hokkaido, embora, de acordo com a ministro dos Jogos, o público possa ser liberado em outras sedes localizadas em Shizuoka, Fukushima e Miyagi, que receberão provas de ciclismo, beisebol e futebol.
Os organizadores, que também decidiram há meses vetar a entrada de visitantes estrangeiros no país durante os Jogos, tinham previsto faturar cerca de US$ 800 milhões com a venda de ingressos para os Jogos.
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