Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), a Amazônia registrou 4.977 focos de queimadas no mês de julho, o número representa um aumento de 116% em relação a junho.
Vale destacar que o uso do fogo no bioma está proibido desde 29 de junho, quando o governo federal publicou um decreto suspendendo a prática por 120 dias no território nacional.
Áreas mais afetadas
Para mostrar onde o fogo está destruindo a Amazônia, a a organização Greenpeace sobrevoou a região na última semana de julho e fotografou áreas afetadas. Entre elas, há registro de fumaça e fogo em áreas protegidas, como florestas públicas e parques nacionais.
Dados do Inpe apontam que mais da metade do fogo registrado em julho na Amazônia está concentrado em apenas dois estados, o Pará (1.372 focos) e o Amazonas (1.173 focos).
As fotos registradas pelo Greenpeace mostram uma densa cortina de fumaça sobre uma área degradada no Parque Nacional Mapinguari, em Lábrea, no Amazonas, na última semana de julho.
Em Porto Velho, capital de Rondônia, 29 de julho, é possível ver que a área desmatada e recém queimada já recebe até gado.
Outra imagem, também de 29 de julho, flagra uma coluna de fogo avançando sobre, segundo o Greenpeace, uma área de floresta pública na capital rondoniense.
O município de Porto Velho, segundo o Inpe, foi o que mais registrou focos de queimadas em julho: foram 340 focos. Logo em seguida aparecem Lábrea (AM), com 251 focos; Apuí (AM), com 249 focos; e Altamira (PA), com 228 focos.
Proibido uso de fogo
O governo federal, no mesmo dia em que vetou o uso de fogo nas áreas florestais do país, autorizou novamente o uso das tropas militares para combater as queimadas na Amazônia.
Segundo o Greenpeace, os quase 5 mil focos registrados pelo Inpe no mês passado são ilegais e demonstra ineficiência do governo ao proteger o bioma.
“Como principal estratégia do governo federal para conter a destruição, a GLO [Garantia de Lei e da Ordem] é comprovadamente ineficiente. A Amazônia segue sob intensa ameaça e a ilegalidade e destruição continuam devastando grandes áreas, conforme mostram as imagens registradas pelo Greenpeace em sobrevoo”, disse a organização.
Unidades de conservação e terras indígenas
Entre as unidades de conservação, as três que mais queimaram no mês estão no estado do Pará:
- Reserva extrativista Chico Mendes – 61 focos;
- Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu – 46 focos;
- Flona de Altamira – 39 focos.
Já em relação às terras indígenas (TI), as três com maior foco de queimadas estão no Mato Grosso:
- TI Parque do Xingu – 62 focos;
- TI Zoró – 23 focos;
- TI Aripuanã – 20 focos.
- Fonte: Jornal Tocantins / Opção.
- Foto: Divulgação.