quinta-feira, novembro 21, 2024

Polícia – “Eu sou um filho horrível” – Menino assassinado pela própria mãe, também era vítima de violência psicológica.

Nesta última terça-feira (3), a Polícia Civil encontrou um caderno do menino Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, morto pela mãe, Yasmin Rodrigues, de 26 anos, na cidade de Imbé (RS). No caderno, estavam frases ofensivas, as quais a polícia acredita que a mulher fez o filho copiar.

Segundo o delegado Antonio Carlos Ractz, Miguel era obrigado a copiar frases como “eu sou um idiota”, “não mereço a mamãe que eu tenho”, “eu sou ladrão, “eu sou ruim” e “eu sou um filho horrível”.

Caderno com frases escritas pelo Miguel, segundo a Polícia Civil, foi apreendido — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Caderno achado na residência em que moravam.

A polícia fez busca em duas residências que Miguel morou com Yasmin, uma no Balneário de Santa Terezinha e outra no centro de Imbé. Além dos cadernos, a polícia também localizou uma corrente, que seria utilizada para manter a criança presa.

Em conversas entre a mãe e madrasta de Miguel, Bruna Nathieli Porto da Rosa, as mulheres falam sobre comprar a corrente para tortura da criança.

Corrente usada por mãe e madrasta para manter Miguel preso. Foto: Reprodução
Corrente utilizada para tortura da criança.

As duas estão presas, e foram transferidas do Presídio de Torres para a Penitenciária Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

O caso

Na última quinta-feira (29), o corpo do menino Miguel foi jogado no Rio Tramandaí, em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, após ingerir medicamentos. A mãe confessou o crime. Ela e a companheira, Bruna Nathieli, foram presas.

O crime foi descoberto após a mãe ir à polícia registrar o desaparecimento da criança. Ao apresentar contradições, foi questionada pela polícia e acabou confessando o crime.

Miguel foi morto pela mãe e teve corpo atirado no Rio Tramandaí, em Imbé, segundo a polícia — Foto: Reprodução/RBS TV
Menino Miguel, morto pela própria mãe.

De acordo com Yasmin, na madrugada da última quarta-feira (28), deu remédios ao filho Miguel e o colocou dentro de uma mala. Em depoimento à polícia, ela informou não ter certeza se a criança estava viva ou morta.

“Para fugir, com medo da polícia, saiu de casa, pegando ruas de dentro, não as avenidas principais, levou a criança dentro de uma mala na beira do rio, e jogou o corpo. Repito, ela não tem convicção de que o filho estava morto”, disse o delegado do caso, Antonio Carlos Ractz Júnior.

Na noite seguinte, ela foi até a delegacia registrar o desaparecimento do filho.

“Ao anoitecer de ontem [quinta], a mãe dessa criança, com a sua companheira, procurou a DPPA de Tramandaí, a fim de registrar uma ocorrência policial de desaparecimento de seu filho. Alegou que o filho havia desaparecido há dois dias e que ainda não havia procurado a polícia, porque pesquisou no Google e viu que teria que aguardar 48h. E começou a apresentar uma série de contradições, o que levou desconfiança da BM e PC”, diz o delegado.

A Polícia informou que o garoto sofria intensa tortura física e psicológica. Ele era amarrado com correntes dentro de um guarda-roupa.

“Ela tem um perfil de psicopata. Durante toda a minha carreira, eu não havia me deparado com alguém tão frio”, afirma Ractz.

7 dias de busca pelo corpo

O Corpo de Bombeiros Militar acredita que o corpo tenha sido levado para o mar, onde o rio desemboca, devido à vazante. As buscas chegam ao sétimo dia nesta quarta-feira (4), e são realizadas entre a praia de Tramandaí e a cidade de Torres, no Litoral Norte do RS.

Drones também são empregados nas buscas. Nesta semana, cães farejadores também devem passar a ser usados.

“Hoje [quarta] as nossas buscas se manterão na orla, deslocamento pela areia e visualização do mar com o drone. Água do mar com boa visualização, nível do rio e lagoa muito baixos”, diz o tenente Elísio Lucrécio.

Lucrécio informou também que estão sendo feitas buscas em locais próximos à casa onde a família morava.

“A gente não descarta a possibilidade dela ter largado essa criança em outro lugar. E também não descartamos a ideia de que, aquela criança talvez não coubesse dentro da mala. Então tem outras linhas de atuação sendo vistas. Mas são locais de difícil acesso, com mato fechado, lodo”, diz.


  • Fonte: Yahoo / G1.
  • Foto: Divulgação.

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