quinta-feira, novembro 21, 2024

Mundo – Grupo terrorista expulsa tropas americanas e toma poder do Afeganistão, deixando mortos e feridos.

Neste último domingo (15), o governo do Afeganistão entrou em colapso, com a fuga do país do presidente, Ashraf Ghani, e a entrada do Talibã na capital, Cabul — marcando, na prática, a volta do grupo fundamentalista ao poder, 20 anos depois de seu regime ser derrubado pela invasão dos Estados Unidos, em outubro de 2001.

Um novo governo ainda não foi formalmente anunciado e ainda há, em tese, negociações com lideranças políticas do Gabinete pró-Ocidente que ficou sem líder com a fuga de Ghani.

No entanto, comandantes do Talibã assumiram o controle do palácio presidencial em Cabul e deram entrevista no local, dizendo que estavam garantindo a segurança na cidade para a volta de seus líderes que estão no exílio e fora da capital. O grupo divulgou um comunicado informando que assumiu os postos policiais que foram abandonados pelas forças do antigo governo.

“O Emirado Islâmico ordenou que suas forças entrem nas áreas de Cabul abandonadas pelo inimigo por causa do risco de roubos e furtos”, disse o comunicado assinado por um porta-voz do grupo, Zabiullah Mujahid, usando o nome pelo qual a milícia se identifica. “Os talibãs receberam a ordem de não atacar civis nem entrar em suas casas”, continuou o comunicado. “Nossas forças estão entrando em Cabul com cautela.”

Coube a Abdullah Abdullah, o chefe do Conselho de Reconciliação Nacional Afegão, confirmar que o presidente Ghani deixara o país no início da tarde de hoje.

“O ex-presidente do Afeganistão deixou o Afeganistão nessa situação difícil. Deus deveria fazê-lo pagar”, disse Abdullah.

Ele comanda o organismo criado para conduzir as negociações de paz com o Talibã que vinham ocorrendo em Doha, no Qatar, e que fracassaram em chegar a um acordo.

Depois, o ex-presidente divulgou um comunicado dizendo que deixou o Afeganistão para “evitar um banho de sangue”. Segundo a emissora al-Jazeera, ele teria ido para Tashkent, no Uzbequistão, com sua mulher, seu chefe de Gabinete e seu conselheiro de Segurança Nacional.

Sem resistência

O avanço do Talibã até Cabul, no entanto, praticamente não enfrentou resistência militar. Seus combatentes chegaram às portas da capital neste domingo cedo, após uma ofensiva relâmpago de menos de duas semanas em que tomaram o controle de todas as principais cidades do Afeganistão, às vésperas da conclusão da retirada das forças dos EUA e de seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), prevista para 31 de agosto.

O próprio Talibã demonstrou ter sido surpreendido com a fuga do presidente e a facilidade com que entrou na capital, onde supostamente as forças do governo estariam se preparando para combates

O porta-voz do braço político do grupo, Mohammed Naeem, disse que o Talibã não contava com a fuga e que o novo regime será determinado em breve. Segundo Naeem, o Talibã está preparado para lidar com as preocupações internacionais “por meio do diálogo”, mas não permitirá interferência no país:

“A guerra no Afeganistão terminou. Garantimos a todos que haverá segurança para os cidadãos e missões diplomáticas. Estamos prontos para dialogar com todos os atores afegãos e vamos garantir a eles a proteção necessária”, afirmou.

Invasão do aeroporto

Milhares de pessoas invadiram a pista no aeroporto internacional de Cabul nesta segunda-feira (16) e multidões tentaram entrar em aviões para tentar deixar o Afeganistão. O tumulto deixou mortos.

Todos os voos comerciais foram cancelados. As forças americanas assumiram o controle do aeroporto e interromperam a retirada de americanos de Cabul para tentar controlar a situação. Tiros foram disparados.

O número de mortes não foi confirmado. O jornal americano “The Wall Street Journal” diz que três pessoas foram mortas por armas de fogo e a agência de notícias Reuters fala em cinco óbitos.

A Reuters cita relatos de testemunhas e não diz se as vítimas foram atingidas por disparos de armas de fogo ou pisoteadas durante a confusão.


  • Fonte: UOL / G1 / O Globo.
  • Foto: Divulgação.

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