Nesta quarta-feira (18), cientistas de vários países, ligados às áreas de saúde e clima, lançam um relatório com recomendações para o mundo enfrentar e se prevenir contra uma nova pandemia.
O relatório, produzido pelo grupo de pesquisadores, liderado pelo Instituto de Saúde Global da Universidade Harvard, de Cambridge (EUA), aponta que investimentos na conservação de florestas e na mudança das práticas agrícolas são ações essenciais, e econômicas, para prevenir novas pandemias.
Aaron Bernstein, professor de Harvard que coordenou a pesquisa, explica que já existem muitas medidas em prática para conter o espalhamento de futuros patógenos, mas a maior parte do aparato se concentra em frear a epidemia depois que o spillover (a primeira infecção) acontece.
“Todos os formuladores de políticas que consideram gastar um pouco mais para conservar florestas ou coibir o tráfico de animais silvestres querem saber qual o tamanho do investimento necessário, e precisam de uma resposta clara”, introduz o pesquisador.
“Se levarmos em conta aquilo que perdemos com a Covid-19, mesmo que esse valor seja diluído ao longo de um século, um programa de conservação de florestas só precisa ser minimamente eficiente para ter um bom custo-benefício”, complementa.
Por conseguinte, o documento também orienta a integração de ações de conservação e o fortalecimento dos sistemas de saúde em todo o mundo.
Segundo o grupo de cientistas, há a necessidade de maiores investimentos em conservação florestal, especialmente nos trópicos, maior biossegurança em torno de fazendas de animais de pecuária e silvestres.
Além disso, eles também sugerem maior investimento em plataformas de One Health (saúde coletiva ou saúde única em português) – que une conhecimentos em saúde pública, veterinária e ambiental, como o melhor método para prevenir e responder aos surtos de doenças zoonóticas e pandemias.
Restrição de contato com animais hospedeiros
O custo da prevenção é o equivalente a 2% das perdas econômicas globais provocada pela pandemia do novo coronavírus: cerca de US$22 bilhões por ano.
Ela está diretamente ligada ao monitoramento e freio de atividades predatórias que não oferecem nenhum benefício econômico global, sobretudo o desmatamento e o tráfico de animais silvestres: manter árvores em pé e os animais em seus hábitats tem um custo econômico menor que o de impor lockdowns ou abater rebanhos para conter epidemias em curso.
- Fonte: Ecodebate / G1.
- Foto: Divulgação.