Nesta última quarta-feira (18), a Polícia Civil divulgou imagens de câmeras de segurança que mostram a mãe do menino Miguel Rodrigues dos Santos, de sete anos, carregando uma mala pelas ruas da cidade de Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
Segundo o delegado Antonio Carlos Ractz, o corpo do garoto estava dentro da mala.
Nos trechos divulgados, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, de 26 anos, aparece ao lado da companheira, Bruna Nathiele Porto da Rosa. A própria Polícia Civil ocultou os rostos das denunciadas nas imagens.
O delegado explica que as imagens são do intervalo entre 1h e 2h do dia 27 de julho. De acordo com Ractz, é a mãe que carrega o objeto durante todo o trajeto até o Rio Tramandaí.
Na última terça-feira (17), o Ministério Público denunciou as indiciadas pelos crimes de tortura, homicídio e ocultação de cadáver. Os advogados de defesa de Yasmin e Bruna negam que elas tenham cometido o crime.
O Caso
No dia 29 de julho, o corpo do menino Miguel foi jogado no Rio Tramandaí, em Imbé, após ingerir medicamentos. A mãe confessou o crime. Ela e a companheira, Bruna Nathieli, foram presas.
O crime foi descoberto após a mãe ir à polícia registrar o desaparecimento da criança. Ao apresentar contradições, foi questionada pela polícia e acabou confessando o crime.
De acordo com Yasmin, na madrugada de 28 de julho, deu remédios ao filho Miguel e o colocou dentro de uma mala. Em depoimento à polícia, ela informou não ter certeza se a criança estava viva ou morta.
“Para fugir, com medo da polícia, saiu de casa, pegando ruas de dentro, não as avenidas principais, levou a criança dentro de uma mala na beira do rio, e jogou o corpo. Repito, ela não tem convicção de que o filho estava morto”, disse o delegado Ractz.
Na noite seguinte, ela foi até a delegacia registrar o desaparecimento do filho.
“A mãe dessa criança, com a sua companheira, procurou a DPPA de Tramandaí, a fim de registrar uma ocorrência policial de desaparecimento de seu filho. Alegou que o filho havia desaparecido há dois dias e que ainda não havia procurado a polícia, porque pesquisou no Google e viu que teria que aguardar 48h. E começou a apresentar uma série de contradições, o que levou desconfiança da BM e PC”, afirmou o delegado.
A Polícia informou que o garoto sofria intensa tortura física e psicológica. Ele era amarrado com correntes dentro de um guarda-roupa.
“Ela tem um perfil de psicopata. Durante toda a minha carreira, eu não havia me deparado com alguém tão frio”, finalizou Ractz.
Buscas
As equipes que mantêm buscas ao corpo do menino Miguel, no litoral Norte, descartaram, no início da tarde desta sexta-feira, que a criança ainda possa ser encontrada “nos locais de terra” em que o corpo era procurado, nos arredores da cidade.
Cães farejadores foram levados à pousada onde o menino vivia com a mãe e a namorada dela, antes do crime, mas não encontraram nada. A mulher contou à Polícia ter sedado o filho até a morte.
Os cães foram usados dentro do apartamento, no terreno e no pátio do local onde o garoto residia.
“As nossas equipes já descartaram os locais de terra. Rios e lagos também já foram descartados. Agora, as buscas seguem pela orla das praias do litoral Norte. Não vamos desistir”, garantiu o comandante dos Bombeiros em Tramandaí e líder da operação, tenente Elísio Lucrécio.
As mudanças nas buscas ocorreram após Yasmin Vaz, a principal acusada pelo crime, ter alterado a primeira versão, na qual disse ter jogado o corpo do garoto no rio Tramandaí. A intenção da procura na pousada era identificar se ele havia sido morto no local e deixado nos arredores, como alegou a mãe, na segunda versão do crime.
- Fonte: UOL / Acontece no RS / G1.
- Foto: Divulgação.
- Vídeo: UOL.