Nesta sexta-feira (20), o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e o cantor Sérgio Reis são alvos de mandados de busca e apreensão, executados pela Polícia Federal (PF) e expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação investiga incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia.
Ao todo, 13 mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes e atendem a um pedido da subprocuradora Lindora Araújo, da Procuradoria-Geral da República (PGR). Houve buscas em propriedades do cantor e no gabinete de Otoni na Câmara.
- Sérgio Bavini (o cantor Sérgio Reis, no nome artístico);
- Otoni Moura de Paulo Júnior, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ);
- Alexandre Urbano Raitz Petersen;
- Antônio Galvan, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil);
- Bruno Henrique Semczeszm;
- Eduardo Oliveira Araújo, cantor;
- Juliano da Silva Martins;
- Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé́ Trovão;
- Turíbio Torres;
- Wellington Macedo de Souza.
Agentes da Polícia Federal (PF) foram a 29 endereços no Distrito Federal, além dos estados de Santa Catarina (6), São Paulo (2), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso (1), Ceará (1) e Paraná (1).
“O objetivo das medidas é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”, afirmou a PF, em nota.
Moraes determinou que todos os investigados, à exceção de Otoni, não podem se aproximar da Praça dos Três Poderes.
Cantor virou alvo de investigação
Nesta semana, Sérgio Reis virou alvo de um inquérito da Polícia Civil do Distrito Federal, após vir a público um vídeo em que o sertanejo convocava caminhoneiros para um protesto contra o STF.
A ação seria uma forma de pressionar o Senado a afastar ministros da corte. O músico será investigado por associação a crimes como ameaça, dano e por expor a perigo os meios de transporte público.
Otoni de Paula já havia sido denunciado pela PGR em 2020 pelos crimes de difamação, injúria e coação. Isso porque em junho e julho daquele ano o deputado fez transmissões ao vivo pela internet nas quais imputou, por cinco vezes, fatos afrontosos à reputação do ministro Alexandre de Moraes.
Além disso, segundo a PGR, o parlamentar ofendeu a dignidade e o decoro do ministro por 19 vezes. Nessas duas transmissões ele também foi acusado de usar “violência moral” e “grave ameaça” para coagir Moraes. Otoni também é investigado “inquérito das fake news”, que apura, entre outros crimes, o financiamento de supostos atos antidemocráticos.
Manifestação do deputado
Depois da ação da PF desta sexta-feira (20), o deputado fez uma live nas redes sociais. Ele disse que não pretende recuar, deixar de falar ou de manter a mesma postura.
Ele também voltou a citar o ministro do STF. “Alexandre de Moraes tem tido um comportamento autoritário, que eu adjetivo de déspota. Ele hoje em dia tem a autoridade e prerrogativa de prender todos aqueles que ele acha que tem que prender, todos aqueles que ele acha que ameaçam a democracia. Então se ele acha que eu sou uma ameaça à democracia, quem sabe eu não vou poder mais fazer essa live porque poderia estar sendo conduzido à prisão”, declarou.
- Fonte: CNN / G1.
- Foto: Divulgação.