domingo, setembro 29, 2024

Meio Ambiente – “O que comemorar?” – No dia Nacional do Cerrado, cientistas alertam bioma já perdeu 50% da vegetação original.

O Dia Nacional do Cerrado é celebrado neste sábado (11), entretanto, devido atual cenário, as noticias não são tão boas para se comemorar.

O bioma tem visto, nas últimas semanas, recordes de incêndio e de desmatamento.

“A preocupação é que é um bioma que já perdeu 50% da cobertura original, que já vem bastante pressionado sob as transformações das últimas décadas”, explicou para veículo de comunicação nacional, a pesquisadora Mercedes Bustamante.

De 1º janeiro até 31 de agosto, o Cerrado viu a maior quantidade de pontos de fogo para esse período desde 2012, segundo o INEP. Considerados apenas os números do mês, houve a maior quantidade de focos de incêndio desde 2014

O crescimento do desmate no bioma tem a ver com a expansão da nova fronteira agrícola brasileira – na região chamada de “Matopiba”, por abarcar parte dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

“O avanço do desmatamento no Cerrado, sobretudo nos últimos anos, é uma realidade preocupante. O plantio de commodities agrícolas nessas regiões vem causando grande impacto para a natureza e povos e comunidades tradicionais que aí habitam”, afirma a cientista Terena Castro, assessora técnica do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), também em Brasília.

De 1970 até 2018, a perda de bioma no Cerrado foi de 50% – mais que o dobro da Amazônia, que perdeu 20%, segundo um levantamento feito pela ONG WWF.

velocidade de expansão, a intensidade do uso do solo e a extensão das áreas ocupadas pela agricultura no bioma atualmente são preocupantes, afirma a cientista da UnB.

“Hoje você tem uma enorme quantidade de terras desmatadas no Cerrado que poderiam ser utilizadas novamente para a produção. A gente deveria estar modificando o rumo dessa história e encaminhando ações de conservação”, diz.

Recuperar o bioma, diz a pesquisadora, custa mais dinheiro do que simplesmente desmatar novas terras para plantar. Mas, no curto e no longo prazo, a destruição ambiental custa caro: o Brasil corre o risco de não ser mais uma potência na produção e exportação de alimentos.

Para Terena de Castro, a queda na fiscalização ambiental nos últimos anos contribui para a situação precária.

“A fragilização dos órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização, bem como o enfraquecimento de políticas públicas para o meio ambiente nos últimos anos, contribuem para esse cenário que se anuncia cada vez mais catastrófico”, afirma a especialista.


  • Fonte: G1.
  • Foto: Divulgação.

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