- Da mesma forma que buscamos a paz entre as nações, precisamos também alcançar a paz com nosso planeta”, destacou o secretário-geral da ONU em uma mensagem para o Dia Internacional da Paz.
- António Guterres também reforçou o papel da juventude na busca por um futuro melhor. Ele fez um apelo para os jovens que apoiassem a proposta da ONU por um cessar-fogo global de 24 horas e os incentivou a continuarem pressionando os governos e outros líderes para diminuírem a desigualdade de vacinação entre os países ricos e pobres e para continuarem soando o alarme em relação à emergência climática.
- “A paz não é um sonho ingênuo, mas sim uma luz nas trevas, que nos orienta para o único caminho para um futuro melhor para a humanidade”, disse o chefe da ONU. Para ele, nós devemos “trilhar o caminho da paz como se nossas vidas dependessem disso. Porque dependem”.
- Em 1981, a Assembleia Geral estabeleceu a data de 21 de setembro como o Dia Internacional da Paz. Duas décadas depois, em 2001, votou por unanimidade para designar a data como um período de não violência e cessar-fogo.
Em um evento virtual da juventude em comemoração ao Dia Internacional da Paz, o secretário-geral da ONU, António Guterres, exaltou as “vozes, visão e compromisso dos jovens na construção de um mundo mais pacífico”.
A celebração aconteceu na sexta-feira (17), alguns dias antes da data oficial marcada em 21 de setembro, cujo tema este ano é ‘Recuperar melhor, por um Mundo Equitativo e Sustentável’.
“Vocês são líderes, defensores e pessoas que fazem a diferença em nossas sociedades, quando falam contra a violência, a discriminação e as desigualdades e pedem o fim dos conflitos em todo o mundo, ao mesmo tempo que lideram o urgente fronte das ações climáticas” disse ele aos jovens reunidos online.
Apelos
Durante o evento, Guterres fez uma série de pedidos aos jovens incluindo o apelo para que apoiassem a proposta da ONU por um cessar-fogo global de 24 horas e para que todas as partes envolvidas em conflitos se comprometam com “uma paz duradoura e sustentável”.
O secretário-geral também incentivou os jovens a continuarem pressionando os governos e outros líderes para diminuírem a desigualdade de vacinação entre os países ricos e pobres, além de continuarem soando o alarme em relação à emergência climática, que está “engolindo o planeta”.
“Da mesma forma que buscamos a paz entre as nações, precisamos também alcançar a paz com nosso planeta”, disse Guterres. “Condições meteorológicas extremas, derretimento de geleiras, aumento do nível do mar e poluição do ar e da água ameaçam a nossa existência”.
Para encerrar, ele pediu aos jovens que ajudem o mundo a se recuperar melhor e mais forte. “Obrigado por celebrar a paz conosco hoje e todos os dias. Conto com seu apoio contínuo para trabalharmos juntos na construção de um mundo mais justo e sustentável para todos”, concluiu o líder da ONU.
Vozes da juventude
Depois de entregar sua mensagem, Guterres conversou online com adolescentes dos Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e da República Centro-Africana.
Dyuthi Vasupal, dos Emirados Árabes Unidos, destacou as repercussões negativas da COVID-19 para a educação, especialmente para as meninas, e perguntou como os sistemas escolares podem superar os muitos desafios que ainda estão sendo enfrentados e ajudar os jovens com “os meios, acesso e oportunidades” para criar uma sociedade igualitária.
O secretário-geral respondeu que, como a educação é “o equalizador mais importante” do mundo, deve ser uma prioridade para todos os governos e organizações internacionais e que as escolas devem ser capazes de “se adaptar para mudar e ter sucesso em um mundo que está em constante progresso”.
Mensageiros da Paz
Em seguida, os Mensageiros da Paz da ONU tomaram o palco, incluindo o célebre violinista nipo-americano Midori e os alunos do Chamber Music Institute, que apresentaram uma interpretação emocionante de “Primavera” (As Quatro Estações), de Vivaldi.
O premiado autor brasileiro Paulo Coelho também participou do evento, destacando que “o respeito é o que temos de mais importante”. Em uma declaração otimista, o autor reconheceu que embora o mundo “não possa mudar da noite para o dia, aos poucos, ele voltará aos trilhos”.
Outra participante foi a cientista e antropóloga britânica, Jane Goodall que usou a oportunidade para dizer que, em um mundo cheio de conflitos e sofrimento, os jovens são sua maior esperança. “Eles entendem que a natureza está sofrendo, que devemos encontrar maneiras de proteger as florestas e outros ecossistemas, proibir o tráfico de vida selvagem e reduzir o estilo de vida insustentável dos ricos”, disse ela.
Goodall afirmou que quando milhões de pessoas fazem escolhas éticas, mesmo que pequenas, relativas ao modo como vivem todos os dias, isto ajuda a mover cumulativamente o mundo em uma direção melhor. “Somos todos parte de uma família humana. Precisamos nos unir e agir agora, antes que seja tarde demais”, finalizou.
Ápice da crise humanitária
Em uma mensagem de vídeo ampla e pública marcando o Dia Internacional da Paz, o secretário-geral da ONU alertou para o fato da humanidade enfrentar atualmente “uma escolha dura entre a paz e o estado de perigo perpétuo”. Para Guterres, está claro que “devemos escolher a paz”.
Ele pintou um quadro sombrio onde a COVID-19 vira o mundo “do avesso” e os conflitos saem do controle, em meio a um agravamento da emergência climática e o aprofundamento da desigualdade e da pobreza.
O chefe da ONU afirmou, no entanto, que o mundo pode enfrentar essas preocupações “trabalhando de forma solidária por uma paz duradoura e sustentável todos os dias”.
“Precisamos de paz para nivelar o terreno e reduzir as desigualdades, mas também para renovar a confiança uns nos outros e a fé nos fatos e na ciência. Precisamos fazer as pazes com a natureza para curar nosso planeta, construir uma economia verde e alcançar nossas metas de neutralização de emissão de carbono”, disse António Guterres.
O secretário-geral ainda afirmou que “a paz não é um sonho ingênuo, mas sim uma luz nas trevas”, que nos orienta para “o único caminho para um futuro melhor para a humanidade”. Para ele, nós devemos “trilhar o caminho da paz como se nossas vidas dependessem disso. Porque dependem”.
- Fonte: ONU.
- Foto: Divulgação.