O desenvolvimento tecnológico e digital expressa o “mundo moderno”. Porém, nesse cenário destaco a educação pós-pandemia, onde podemos testificar que o Brasil e, em especial o Amazonas, que mostrou as suas fragilidades no que se refere às políticas públicas de educação.
Historicamente a educação apresenta dificuldades em garantir uma educação com qualidade, tendo como um dos fatores: a lógica de mercado. Com isso, não tem possibilitado a formação de cidadãos.
E, ao contrário, do que pode parecer real, a lógica da formação para o mercado também não é uma realidade, sobretudo quando nos referimos a população de baixa renda. Pois, estas apresentam maior dificuldade do acesso à tecnologia, à internet, às mídias digitais.
É de conhecimento que o acesso à comunicação é um direito de todo cidadão, porém com avanço tecnológico no contexto da escola, pode-se afirmar que a educação ainda está longe de materializar esse acesso, intensificando a fragilidade do processo de ensino-aprendizagem.
No contexto de pandemia, o educando, bem como o professor experimentaram o desafio do ensino remoto, demonstrado a falta de conhecimento, habilidade nesse formato.
Com isso, foi notório que professores e alunos estavam(estão) despreparados para o uso de tecnologias educacionais. Vale lembrar, que professores foram convocados a fazer a diferença na crise, porém ele também se deparou com o desafio em necessitar aprender sobre como utilizar tecnologias de aprendizagem.
Dessa forma, educação x tecnologia ainda é uma realidade distante das famílias de baixa renda e das escolas que, instaladas precariamente, sobretudo as que se encontram em áreas de extrema pobreza não conseguem garantir aos seus professores a possibilidade de desenvolver seu trabalho.
Nesse cenário, fica evidente que a educação para o mercado reforça a lógica da sociabilidade que vivemos no momento “o indivíduo vale enquanto força-de-trabalho e não enquanto ser humano integral” (TONET, 2016).
Diante disso, no cenário de “pós-pandemia”, se é que podemos ter essa certeza, a educação sofre a intensificação da falta de investimentos que garantam o que está preconizado na Constituição Federal de 1988, tendo em vista que a comunidade escola (quando pensamos todos os sujeitos envolvidos), vivenciam situações adversas de exclusão ao acesso à bens e serviços sociais e, no cenário atual o aprofundamento da exclusão tecnológica e digital.
Vale lembrar que, ao tratarmos de exclusão digital, estamos nos referindo não só a falta de acesso, mas também da habilidade necessária para o seu uso e das mídias digitais. Pois, na pandemia, não só alunos e familiares, mas os professores também experimentaram essa dificuldade, onde foram forçados a aprender a tecnologia, já que um percentual significativo também não conhecia e nem sabia utilizar ferramentas para a realização de aula remota, por exemplo.
Assim, o “velho modelo” da educação bancária ganhou novo espaço no cenário de pandemia. Pois, até mesmo a compreensão de ensino híbrido foi apropriada de forma equivocada no contexto das escolas. A exemplo, pode-se dizer que professores ficaram 2 a 3 horas realizando aula expositiva no modelo remoto.
Portanto, a dura realidade da educação brasileira, e com destaque para o Amazonas, expressa duras fragilidades, seja da lógica de ensino, seja dos resultados dela provenientes. E não seria radicalizar, ao afirmar que a educação ainda se apresenta desconectada da realidade, ou pior sem a capacidade até mesmo em atender o “modelo” para a inserção no mercado de trabalho.
Pois, as mudanças em curso no mercado de trabalho não conseguem atender as demandas da realidade atual.
O futuro que nos espera: já começamos a viver agora! Os impactos? Com certeza serão severos! O que fazer? É preciso reconstruir coletivamente, para encontrarmos o como fazer!
- Por: Francenilda Gualberto.
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