O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (16) que todos os brasileiros acima de 18 anos receberão uma dose de reforço da vacina contra a Covid e que o intervalo caiu de seis para cinco meses após a segunda dose.
A recomendação do governo federal até aqui era aplicar uma dose de reforço apenas em idosos, profissionais de saúde e pessoas com baixa imunidade. Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para essa dose de reforço será usada de preferência a da Pfizer, mesmo para quem já tomou a do fabricante. Mas, se a Pfizer não estiver disponível, outra vacina pode ser aplicada. O ministério também tem uma nova posição para quem tomou o imunizante da Janssen. Todos vão receber uma segunda dose da vacina após pelo menos dois meses da primeira. E cinco meses depois a de reforço, preferencialmente de um outro fabricante.
“A vacina da Janssen, o quantitativo aplicado no Brasil foi pequeno. E no início, a recomendação era que essa vacina fosse de dose única. Hoje nós sabemos que é necessário essa proteção adicional”, disse Queiroga.
A outra mudança é que o prazo para a dose de reforço diminuiu: de seis para cinco meses depois da segunda dose. Quem estiver nessa situação, já pode procurar os postos de vacinação. Com isso, de acordo com o governo, mais 15 milhões de brasileiros poderão tomar a dose de reforço ainda este ano.
O governo não consultou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária antes de tomar essa decisão.
Em nota, a Anvisa disse que, “até o momento, apenas a Pfizer solicitou alteração do esquema vacinal previsto em bula. O atual esquema aprovado em bula prevê duas doses da vacina. Quanto à Janssen, a decisão da autoridade reguladora americana considerou a segunda dose como reforço. A previsão é de que até a próxima semana a fabricante da Janssen entregue os estudos para a Anvisa sobre a eficácia e segurança da dose reforço”.
Para o ano que vem, o governo disse que vai precisar de 340 milhões de doses. Mas, até agora, não divulgou o cronograma de entrega dos imunizantes.
Marcelo Queiroga disse que há vacinas suficientes para 2022. Segundo o ministro, 134 milhões de doses da Pfizer devem sobrar da campanha deste ano e ainda vão chegar mais 100 milhões da Pfizer de um contrato ainda não assinado. E outros 120 milhões da AstraZeneca dependem de matéria-prima importada.
Segundo levantamento do portal Nosso Mundo em Dados, vinculado à Universidade de Oxford, o Brasil já aparece com um índice de quase 60% de totalmente imunizados. Com isso, o país passou os Estados Unidos, que tem quase 58%.
O ministro da Saúde comemorou o índice, mas disse que o Brasil precisa ficar atento.
“Temos que avançar ainda mais para que não aconteça, por exemplo, o que está acontecendo em alguns países da Europa, onde observamos aumento de casos. Temos que trabalhar fortemente para, em primeiro lugar, ampliar a cobertura da segunda dose. Muitos não procuraram as unidades de vacinação para tomar a segunda dose, que é fundamental. O segundo objetivo é em relação à dose de reforço ou dose adicional”, afirmou o ministro.
O infectologista Pedro Hallal, epidemiologista da UFPel, diz que a terceira dose é importante para reforçar o sistema de defesa contra a Covid.
“É uma decisão correta. A ciência tem mostrado que a imunidade conferida pela vacina tem uma duração, assim como acontece na vacina da gripe, em outras vacinas. Então, é recomendado que as pessoas tomem essa dose de reforço, assim que for autorizado para a sua idade, porque com essa dose de reforço aumenta a proteção das pessoas contra o coronavírus. E quanto mais gente protegida, menos o vírus circula e mais perto estaremos do final da pandemia. Um dos grandes destaques da vacina contra o coronavírus é que ela é muito segura. Então, as pessoas podem ficar muito tranquilas, tomar a dose de reforço com bastante calma. Por quê? Porque essa dose de reforço vai proteger a elas e vai proteger os outros também”, explicou.
- Fonte: Ministério da Saúde / G1.
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