sexta-feira, novembro 22, 2024

Amazonas – “Garimpo!” – Extração ilegal de ouro no rio Madeira segue sem intervenção de órgãos competentes.

Em atuação contra a invasão de centenas de balsas de extração de garimpo ilegal na calha do rio Madeira, no Amazonas, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta quinta-feira, 25/11, que a Polícia Federal e a Marinha do Brasil preparam uma ação que será deflagrada na região.

As balsas, conhecidas como “dragas”, estão nas proximidades da comunidade Rosarinho, entre as cidades de Autazes e Nova Olinda do Norte, a cerca de 120 quilômetros de Manaus.

“A Polícia Federal e a Marinha já estão se preparando pra agir”, respondeu o vice-presidente ao ser questionado por jornalistas sobre a situação no rio Madeira. “A Marinha tem que, pô, verificar qual é a questão, quem está ali na legalidade, qual é a embarcação legal. E o pessoal que está na ilegalidade vai ter a embarcação apreendida”, completou Mourão, sem informar mais detalhes da ação.

Ação dos órgãos

O Ministério Público Federal (MPF) expediu nessa quarta-feira, 24/11, recomendação pedindo a adoção emergencial de ação coordenada de repressão e desarticulação do garimpo ilegal naquela região. A recomendação pede a atuação integrada de órgãos e autarquias federais e estaduais competentes, no prazo de 30 dias.

O MPF cobra providências do Exército Brasileiro, por meio do Comando Militar da Amazônia (CMA); a Superintendência da Polícia Federal no Amazonas; a Agência Fluvial de Itacoatiara, unidade da Marinha encarregada do rio Madeira, subordinada à Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC); o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), à Presidência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Superintendência da Agência Nacional da Mineração (ANM) no Amazonas.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que irá atuar no caso de forma integrada na ação que está sendo planejada pela Polícia Federal. O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) informou, em nota, que mesmo com as balsas ancoradas em área de competência dos órgãos federais, o Ipaam está à disposição para atuar em parceria com os demais órgãos, no alinhamento de providências. Ainda na nota, o Ipaam destaca que atividades de exploração mineral naquela região não estão licenciadas, portanto, se existindo de fato, são irregulares.

Invasão

Os garimpeiros estão na região há cerca de 15 dias, para exploração ilegal de ouro, entretanto a exploração ilegal na região só foi tornada pública após os moradores da área denunciarem a ação aos órgãos competentes. De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo, a mobilização dos garimpeiros se deve a notícia que garimpeiros teriam encontrado grande volume de ouro no local.

Ainda segundo O Estadão, em um áudio, um homem identificado como garimpeiro, orienta os colegas que estão no rio Madeira a montar um “paredão” de balsas, com pessoas ao redor dos equipamentos, para reagir a qualquer tipo de abordagem de fiscalização. A atividade de extração do minério é ilegal e configura crime ambiental.

O especialista explicou que a região do Rio Madeira drena uma área rica em metais. Com isso, sedimentos de ouro ficam entre as areias no fundo do rio e pessoas acabam cometendo a prática de garimpo ilegal para extrair o ouro.

Para o processo de extração de ouro do fundo do rio, Waldir explicou que os garimpeiros costumam usar substâncias que podem poluir as águas e gerar um grande impacto ambiental. O mercúrio é uma das substâncias que são usadas para separar o ouro de outros sedimentos, segundo ele.

O coordenador do mapeamento de mineração do MapBiomas explicou ainda que os garimpeiros colocam as dragas que vão até o fundo do rio e trazem os sedimentos para a superfície, onde o ouro é separado da areia e coletado em seguida.

Os garimpeiros já estão atuando ilegalmente naquela área há pelo menos quatro meses, entretanto, a invasão de centenas de balsas começou há pelo menos 15 dias, após a notícia que garimpeiros teriam encontrado grande volume de ouro no local.

As invasões dos garimpeiros ocorrem após duas semanas do término da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP26. Na conferência, o Brasil prometeu zerar o desmatamento ilegal em sete anos e reduzir emissões de gases em 50% até 2030. No entanto, o cenário que se vê no país, principalmente na Amazônia, é muito diferente da imagem de preocupação com o meio ambiente que o Governo Federal tentou vender na COP26.


  • Fonte: G1 / O Convergente.
  • Foto: Divulgação.

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