sábado, outubro 5, 2024

Amazonas – “O negro passou a viver à margem da sociedade”, diz presidente do INAO-AM sobre o racismo estrutural

Na tarde desta quarta-feira (09), o presidente do Instituto Nacional Afro Origem (INAO), Christian Rocha, cedeu entrevista para o Portal Manaós, onde comentou diversos assuntos voltados as causas negras e sociais, dentre eles a maneira de como abordar sobre o tema de uma forma não preconceituosa.

“Vamos resumir o Brasil chegarmos nesse ponto. Nos últimos dois meses um negro estava abrindo a porta do seu carro e foi espancado, porque as pessoas acharam que o carro não era dele. Um congolês foi assassinado como um animal […]. Um oficial das Forças Armadas matou um cidadão porque achava que ele era um bandido. Aí vem a situação do Monark, falando sobre nazismo. […] Esse é o Brasil. É um Brasil racista, preconceituoso.”, disse Christian.

Rocha continuou dizendo que enquanto algumas pessoas lutam para evidenciar ainda mais as lutas dos negros e tentam desconstruir o racismo estrutural, mais os preconceituosos se tornam mais visíveis.

Sobre o racismo estrutural, o presidente do INAO falou que isso se deu devido a uma “abolição mal feita”, pois o negro passou a compor a camada mais miserável e passou a viver à margem da sociedade. E salientou ainda que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria das mulheres violentadas, dos pobres, dos desempregados, dos jovens vítimas de violência são pessoas negras.

“O racismo estrutural deságua nas águas de um Brasil desigual.”, completou.

Abordando a forma em que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, tratam o tema, o convidado discursou que o país dá uma “sensação de impunidade” e quando os poderes passarem a agir de forma mais rigorosa quando se trata de assuntos já impostos em lei, as pessoas passarão a respeitar a Justiça daquele lugar e essas ações serão combatidas de maneira mais rápida.

“O Estado possui 41 vereadores na capital, 24 deputados estaduais, 8 deputados federais e 3 senadores e nem um deles é comprometido com a causa negra”, expressou. E continuou dizendo que o racismo estrutural se materializa nisso e que o assunto não faz parte da agenda de nem um parlamentar do Amazonas.

Por fim, Christian comentou sobre a importância dos meios de comunicação em prol das causas sociais, afirmando que a comunidade precisa de respeito e de oportunidades para falarem sobre os movimentos sociais e que a mídia permita que as pessoas falem sobre aquilo que as afeta diretamente.

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