Mesmo morando em uma mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília, o subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Lucas Rocha Furtado recebeu, entre os anos de 2015 e 2018, mais de R$ 200 mil em auxílio-moradia.
Furtado se beneficiou de uma decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), para receber o auxílio mesmo tendo imóvel próprio. Em setembro de 2014, o magistrado determinou o pagamento do benefício, no valor de R$ 4.377,73, a todos os juízes e promotores do país que não tinham um imóvel funcional. A liminar foi revogada no fim de 2018, após o ex-presidente Michel Temer (MDB) reajustar os salários do STF para R$ 39,2 mil, teto do funcionalismo público.
Furtado é autor de uma série de representações para que o TCU investigue suspeitas de mal uso do dinheiro público e improbidade administrativa.
Furtado e a esposa compraram um terço do terreno de 4 mil metros quadrados em 1996, por R$ 75,8 mil (valor que, se corrigido pela inflação, é hoje de R$ 341 mil).
Corretores imobiliários consultados pela reportagem, no entanto, estimam que a mansão vale, no mínimo, R$ 4,5 milhões. Outros imóveis semelhantes, na mesma região, estão sendo vendidos por R$ 6,5 milhões. Já o valor venal do imóvel de Furtado para fins de Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) é de R$ 2,7 milhões. O valor venal, porém, considera apenas algumas características do imóvel, sem levar em conta a demanda, por exemplo.
- *Com informações do Metrópoles
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