A CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus) projeta crescimento de 6% para as vendas de Páscoa, neste ano. A receita bruta aguardada é de R$ 58 milhões, com ticket médio de R$ 150. Para fazer frente à aguardada expansão da demanda, o varejo da capital amazonense aumentou em pelo menos 25% seu volume de compras neste ano (35 mil toneladas), em relação a 2021 (28 mil toneladas). O reforço no estoque superou, inclusive, o patamar pré-pandemia de 2019 (32 mil toneladas). Os comerciantes também esperam ampliar o contingente de colaboradores.
Os dados estão na pesquisa divulgada pela entidade, nesta quarta (23). Ao menos 82,6% dos entrevistados confirmam intenção de compras, nesta Pascoa. Diferente do ocorrido nas datas comemorativas anteriores, o consumidor está priorizando a qualidade dos produtos, em detrimento das promoções e descontos. As preferências, no entanto, ainda incluem itens de menor valor agregado, como caixas de bombons, e locais de compra mais populares, como supermercados. Em sintonia com o aumento dos juros, e seus reflexos nas taxas de endividamento e inadimplência, o manauense também está priorizando os pagamentos à vista para fugir do crédito.
A sondagem mostra que 82,60% dos entrevistados já se decidiram pela compra. Os principais motivos apontados são o gosto por chocolates (52,80%), a tradição (19,10%) e o costume de presentear (16,20%). Também foram apontados outros fatores não detalhados (7%), a importância da data (4,20%) e a retribuição por algum presente (0,70%). Em contraste, a falta de dinheiro (61%) é a principal justificativa apontada pelos 17,40% que não vão as compras neste ano. As demais respostas incluem “outras prioridades” (25,60%), “vou fazer os produtos”, “não tenho costume” (ambos com 6,10%) e “não tenho quem presentear” (1,20%).
Filhos e filhas (59,50%), maridos e esposas (43%) e pais e mães (41,80%) encabeçam a lista de presenteados deste ano. Na sequência estão sobrinhos e sobrinhas (36,70%), irmãos e irmãs (24,10%), colegas de trabalho (13,90%), afilhados e afilhadas (12,70%), namorados e namoradas (11,40%), amigos e amigas (11,40%), “outros” (10,10%), netos e netas (7,60%), e enteados e enteadas (3,80%).
Preferências de gastos
As preferências por produtos incluem caixas de bombons (68,40%), ovos de chocolate (49,40%), barras de chocolate (40,50%), ovos caseiros (36,70%), colomba pascal (5,1%) e “outros” (5,1%). A maioria pretende gastar de R$ 101 a R$ 200 (46,80%), seguidos por aqueles que pretendem limitar os dispêndios entre R$ 51 e R$ 100 (25,30%), ou a até R$ 50 (15,20%). Mas há também consumidores que pretendem investir de R$ 201 a R$ 400 (5,1%) no presente. Em torno de 7,6% ainda estão indecisos.
As formas de pagamento à vista são as prediletas, como dinheiro (36,70%), o cartão de débito (34,20%) e o Pix (25,30%). O cartão de crédito parcelado é a opção de 21,50%, seguido por aqueles que pretendem comprar com cartão de crédito à vista (11,40%) e cartão de loja (1,30%) e pelos que ainda não se definiram (8,90%). Os locais de compras preferenciais são supermercados e hipermercados (32,90%), shopping centers (31,60%), comércio do Centro (16,50%), internet e lojas virtuais (8,90%), confeitaria artesanal e autônomos (5,10%), comércio de bairros (3,80%) e “outros” (1,20%).
Os principais fatores a influenciarem as compras são a qualidade dos produtos (77,20%), promoções e descontos (72,20%), facilidade de pagamento (63,30%), facilidade de acesso (43%), diversidade de produtos (36,70%), atendimento (34,20%), comodidade (24,10%), frete grátis (16,50%) e outros (2,50%). Os entrevistados informaram que pesquisam os preços especialmente nas mídias sociais (55,70%), “direto nas lojas” (26,60%), em propagandas na TV (11,40%), sites de lojas (2,50%) e folhetos (1,30%).
Contratações e otimismo
De acordo com o presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag, os comerciantes da capital estão otimistas em relação às vendas para a data comemorativa e esperam ampliar não apenas a oferta de produtos e o consequente faturamento das empresas, como também gerar mais postos de trabalho nos estabelecimentos da cidade, no intuito de atender a demanda extra.
“No ano passado, não tivemos nenhuma contratação. Neste, estamos esperando em torno de 300 admissões. Já seria, em princípio, um bom número e acima das 250 vagas geradas em 2019. Esses novos trabalhadores estão ingressando não apenas para vender, mas também para confeccionar os produtos regionais. Ou seja, [as lojas] vão comprar o chocolate para fazer os ovos de Páscoa, coelhinhos, etc”, explicou.
O presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes do Estado do Amazonas), Ezra Azury, concorda que o setor está otimista, mas ressalta que conversas com outros lojistas revelam que as empresas estão priorizando produtos de menor gramatura e valor agregado, para reduzir o repasse de aumentos de preços à clientela. “O consumidor realmente está priorizando pagamentos à vista. Mas, temos de considerar também que, embora o ticket médio seja maior neste ano, a maioria compra em supermercados, onde as compras não costumam ser parceladas”, acrescentou.
Ralph Assayag assinala suas esperanças de que a Páscoa possibilite ao setor o começo de uma trajetória de altas de vendas em 2022, a despeito dos entraves sanitários e econômicos. “Espero que a população toda faça um esforço e compre um pouquinho de chocolate, seja de caixa de bombons, barras ou ovos de Páscoa, e divida com os filhos, familiares e amigos. Para que a gente possa saborear um pouco do doce, e ter um período de tranquilidade e sem mais novas ondas [de covid-19]. Assim, poderemos abrir novas lojas, dar novos empregos, e ter o melhor resultado possível. Meus votos é que este seja um bom início de ano, com o Dia das Mães já em seguida”, arrematou.
*Com informações do Jornal do Commercio
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