terça-feira, julho 2, 2024

Entretenimento – Lolla 2022 teve público total de 302 mil pessoas nos três dias e termina com críticas à decisão que proibiu manifestações políticas no festival

O Lollapalooza 2022, que aconteceu após duas edições canceladas por conta da pandemia, teve grandes shows e encontros celebrados por fãs que encheram o Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Segundo a organização, foram 302 mil ingressos comprados nos três dias:

  • 980 pessoas na sexta (25);
  • 103 mil no sábado (26);
  • 255 no domingo (27).

Mas o Lolla do reencontro foi marcado por uma despedida: na sexta-feira (25), dois dias antes do show dos Foo Fighters que encerraria a edição do festival, o baterista Taylor Hawkins morreu na Colômbia. As homenagens ao músico marcaram o festival.

Também foi um Lolla de protestos contra Bolsonaro. Eles aconteceram na plateia e em vários shows na sexta e no sábado. A decisão do TSE de vetar manifestações teve efeito contrário e o domingo teve ainda mais coros contra o presidente.

Showmício
O pedido do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, de proibir atos de propaganda eleitoral no Lollapalooza, foi acatado pelo TSE no domingo, 27, com a definição de multa de R$ 50 mil para novas ocorrências no festival.

Na representação, a sigla destaca que artistas como Pabllo Vittar e Marina se manifestaram, politicamente, contra Bolsonaro e a favor de seu principal adversário, o ex-presidente Lula, e cita, também, que os atos promoveram “verdadeiro showmício”.

Para o procurador regional da República em Pernambuco e mestre em Direito Wellington Saraiva, no entanto, a manifestação individual de eleitores é muito diferente de propaganda eleitoral, salvo se houver prova de que o candidato tinha conhecimento, incentivou ou promoveu a manifestação. Ele lembra que o Tribunal Superior Eleitoral, tradicionalmente, prestigia a liberdade de expressão política individual e que um festival de música sem finalidade eleitoral não é e nunca foi showmício.

“Showmício é evento artístico realizado ou estimulado por candidato ou de seu conhecimento, para estimular a candidatura (TSE, consulta 060124323). Festival de música sem finalidade eleitoral não é e nunca foi showmício”, publicou, no Twitter.

‘Cala a boca já morreu’

Após o TSE tentar censurar as manifestações no Lollapalooza, famosos de todo o País foram às redes sociais e repudiaram a medida. O cantor Caetano Veloso compartilhou o movimento “Cala a boca já morreu” e afirmou ser revoltante que haja sugestão de punição a um festival de música porque um artista manifestou sua opinião política. Para o músico, a cantora Pabllo Vittar é um “ponto luminoso na cena brasileira” e a Constituição não proíbe espontâneas manifestações públicas de opinião.

“Gosto de Pabllo e de @lulaoficial, mas defenderia qualquer artista que externasse sua preferência política, mesmo que fosse oposta a minha, diante de uma multidão como a que frequenta o Lollapalooza. Por que tomar isso como showmício ou campanha antecipada? Que essa ação de um membro do TSE vá logo a plenário e a Constituição seja respeitada”, comentou Caetano Veloso.

A cantora Anitta, dona do hit mundial “Envolver”, utilizou o Instagram e disse que “não existe isso de proibir um artista de expressar publicamente a infelicidade dele perante o governo atual”. Para a artista, isso é censura. “É censura. Isso é 1900 e bolinha, onde o povo não podia fazer nada. A gente não quer voltar a estaca zero, não, pelo amor de Deus”, declarou Anitta.

O apresentador Luciano Huck pontuou que, num festival de música, quem decide se vaia ou aplaude a opinião de um artista no palco é a plateia e não o TSE. “Ou ligaram a máquina do tempo, resgataram o AI-5 [Ato Institucional nº 5] e nos levaram para 1968?”, questionou o apresentador do Domingão do Huck, da TV Globo.


*Com informações do G1 e da Agencia Cenarium

  • Foto: Divulgação

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