A troca de cadeiras no Ministério da Educação não surpreendeu entidades e mobilizações ligadas à educação que não comemoraram a notícia da exoneração Milton Ribeiro da pasta nesta segunda-feira, 28.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro saiu em defesa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que pediu exoneração nesta segunda-feira em meio a suspeitas de que pastores atuavam como lobistas no MEC. Michelle, que é evangélica, assim como o ex-ministro, disse que Ribeiro vai provar que é uma “pessoa honesta, justa e leal”.
— Eu posso dizer que eu amo a vida dele. Deus sabe de todas as coisas. Vai provar que ele é uma pessoa honesta, justa e leal — disse Michelle ao chegar no evento de filiação dos ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).
Questionada se a demissão foi uma decisão acertada, a primeira-dama disse que ainda não conversou com o presidente sobre a saída de Milton Ribeiro.
Milton Ribeiro deixou o MEC nesta segunda-feira em meio a denúncias de que dois pastores atuavam como lobistas e pediam propina a prefeitos para destravar recursos da Educação. O caso é investigado pela Polícia Federal a pedido da Procuradoria-geral da República, que viu indícios dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa.
A atuação de dois pastores dentro do Ministério da Educação (MEC) nos últimos dois anos expôs um suposto esquema de tráfico de influência dentro da pasta. Desde a posse do ministro Milton Ribeiro, em junho de 2020, os religiosos Gilmar Santos e Arilton Moura levaram dezenas de prefeitos para reuniões e, segundo acusações, cobravam propina para facilitar o repasse de verbas para esses municípios.
Ministros também saíram em defesa de Ribeiro e disseram que o escândalo não abala o discurso do presidente de que não há corrupção no governo. Segundo João Roma, da Cidadania, e Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, Ribeiro deixou o cargo para preservar a sua imagem.
*Com informações do Carta Capital
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