domingo, julho 7, 2024

Manaus – ‘Primeira infância sob o olhar da Justiça’ é o tema abordado no Programa Vem Com a Gente

Você sabia que aquela brincadeira de esconde-esconde com um paninho que todo bebê gosta, além de render boas risadas, causa uma verdadeira revolução na cabeça da criança, estimulando milhares de conexões entre os neurônios? E que, mesmo ainda na barriga da mãe, a criança já começa a aprender?

Estudos científicos de diversas áreas, como neurociência, psicologia do desenvolvimento e sobre os impactos de políticas públicas voltadas para a infância, têm apontado que o período de maiores possibilidades para a formação das competências humanas ocorre entre a gestação e o sexto ano de idade.

Pensando nisso, o programa ‘Vem Com a Gente’ da última quarta-feira (20) trouxe a juíza Rebeca Mendonça, com o tema: Primeira infância sob o olhar da Justiça.

“O trabalho da Vara da Infância é diretamente ligada ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as leis correlatas e, acima de tudo, à Constituição Federal. Então, hoje o meu trabalho como magistrada, à frente de uma Vara com competência da infância e da adolescência, é assegurar que os direitos que estão previstos na CF e que os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, sejam cumpridos”, pontuou a magistrada.

O direito à saúde, à educação, à creche, à uma UTI neonatal, à ter uma certidão de nascimento, são essas competências que devem ser asseguradas às nossas crianças.

Marco Legal da Primeira Infância

Marco Legal da Primeira Infância possui diversos programas, dos quais se destacam o de atendimento domiciliar, da participação infantil, do direito de brincar e da formação de profissionais. No primeiro caso, o foco é promover o bem-estar da gestante em ambiente domiciliar, com o acesso à informações e suporte emocional. Já a participação infantil busca valorizar a criança como cidadã e o direito de brincar visa estimular a criação de espaços lúdicos que promovam a criatividade das crianças. Por fim, a formação de profissionais procura a adequação dos mesmos às necessidades das crianças, para melhorar cada vez mais os diversos serviços ligados à infância.

“O Marco Legal positiva várias questões que são correlacionadas a várias áreas e não necessariamente do Direito […] Uma das características do Marco Legal é essa garantia de direitos, que ainda não acontece. O trabalho intersetorial é uma dificuldade enfrentada”, completou Rebeca.

Programa Criança Feliz

O Criança Feliz é um programa que tem o objetivo de apoiar e acompanhar o desenvolvimento infantil integral na primeira infância (crianças de 0 a 6 anos de idade) e facilitar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e de suas famílias às políticas e aos serviços públicos que necessitam. O Programa se desenvolve por meio de visitas domiciliares que buscam envolver ações de saúde, educação, assistência social, cultura e direitos humanos.

O Criança Feliz promove ações de apoio aos cuidadores (pais e/ou responsáveis) nas orientações quanto aos estímulos nas dimensões do desenvolvimento infantil e no fortalecimento dos vínculos, estabelecendo os vínculos afetivos mais próximos durante os seus primeiros anos de vida. O Programa promove também o fortalecimento do papel das famílias no cuidado, na proteção e na educação das crianças na primeira infância e encoraja o desenvolvimento de atividades lúdicas envolvendo outros membros da família.

Outro papel importante do Criança Feliz é reforçar a implementação do Marco Legal da Primeira InfânciaLei 13.257, de 8 de março de 2016, que ressalta a necessidade da integração de esforços da União, dos estados, dos municípios, das famílias e da sociedade no sentido de promover e defender os direitos das crianças e ampliar as políticas que promovam o desenvolvimento integral da primeira infância.

Por fim, a magistrada pontuou sobre o registro de nascimento e o aumento de casos de abandono de recém nascidos.

“Nós percebemos um aumento o caso de bebês, que eu atribuo a gravidez não desejada, por ficarem desempregadas durante a pandemia. Começamos a receber essa demanda, que já existia, mas que ficou mais escancarada por conta da pandemia. […] O conselho tutelar é a porta de entrada para denuncias. Tive notícias de que os cartórios de registros civis, estão agendando a expedição de Certidão de Nascimento. Então se você vai pra maternidade ter um filho, você precisa sair do local com o seu filho registrado. Se o cartório se recusa a fazer, você pode procurar o Ministério Público, Conselho Tutelar ou pelo Disque 100″, finalizou.

Da redação

  • Foto: Narel Desiree

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