Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) detectaram a derrubada de 1.197 km² de floresta na Amazônia em abril, 54% a mais do que o registrado no mesmo mês de 2021.
“Com isso, a região teve o pior abril dos últimos 15 anos, desde que o instituto iniciou o monitoramento por satélites, em 2008. (…) A área de floresta do tamanho da cidade do Rio de Janeiro foi posta abaixo no bioma”, avalia o Imazon.
“Esses dados servem como um sinal de urgência para que ações sejam implementadas antes que a estimativa de 15 mil km² derrubados entre agosto de 2021 e junho de 2022 vire realidade”, afirma o instituto.
A medição independente do Imazon confirma a destruição já apontada pelos dados oficiais: dados do sistema de alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Deter, divulgados na sexta-feira (6), indicaram que, pela 1ª vez na história do sistema, o alertas mensais de desmatamento ultrapassam 1 mil km² no mês de abril.
Território Yanomami
De acordo com o relatório, a Terra indígena Yanomami, localizada nos estados de Roraima e do Amazonas, ocupa o topo do ranking de risco da PrevisIA.
Em abril, foi o segundo território indígena mais desmatado na Amazônia conforme o SAD, com uma área de floresta derrubada equivalente a 100 campos de futebol.
Já em relação aos estados, Mato Grosso foi o que mais desmatou pelo quarto mês consecutivo, com 372 km² derrubados, 31% de toda a destruição registrada na região. Em segundo lugar ficou o Amazonas, com 348 km² desmatados (29%), e em terceiro o Pará, com 243 km² (20%).
Porém, se levarmos em conta o período de agosto de 2021 a abril de 2022, os primeiros nove meses do chamado “calendário do desmatamento” da Amazônia, que vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte, é o Pará que lidera com 38% do desmatamento acumulado. No estado, há um problema grave em relação ao aumento da devastação dentro das áreas protegidas.
“Em abril, por exemplo, 40% de toda a devastação registrada no Pará ocorreu apenas dentro de cinco unidades de conservação: 95 km². Por isso, é necessário intensificar as ações de proteção nesses territórios, que foram criados justamente para que a floresta fosse conservada, o que não está ocorrendo”, alerta a pesquisadora Larissa Amorim.