quinta-feira, outubro 3, 2024

Manaus – ‘As consequências do “sentir-se não amado” na adolescência’, é o tema abordado no programa Vem Com a Gente

“O desamparo, é um sinônimo de abandono. É uma condição que a pessoa está sem auxílio, sem proteção, cuidados, seja no aspecto moral, emocional, afetivo. Em sumo, desamparo é algo ou alguém que sente que caiu no esquecimento”.

Foi com esse breve resumo que a psicóloga Raquel Tezelli, que é especialista em análise do comportamento, iniciou o bate-papo com a também psicóloga, Katherine Benevides no programa Vem Com a Gente da última quarta-feira (11), com o tema: ‘As consequências do “sentir-se não amado” na adolescência’

Desamparo aprendido

De acordo com Raquel, o desamparo aprendido é um fenômeno que se origina da exposição repetida a estressores. É incontrolável ​​e faz com que as pessoas não utilizem as opções disponíveis em sua personalidade para controlar os fatos.

Ou seja, é uma condição psicológica que leva à incapacidade de reagir às situações que geram sofrimento. Isso ocorre como consequência da execução de ações malsucedidas e eventos desagradáveis ​​do passado. Assim, o adolescente aprende a tolerar o sofrimento e acredita que nada pode ser feito para evitar estímulos desagradáveis.

As causas dessa mudança de comportamento dos adolescentes, podem ser:

Experiências traumáticas na infância, Um dos fatores que determinam o desenvolvimento desse estado psicológico é a vivência dos primeiros anos de vida. Se o adolescente teve experiências desagradáveis  e não recebeu nenhum tipo de contenção ou resposta positiva, é provável desenvolva uma postura de submissão a circunstâncias semelhantes.

A  educação recebida na infância é outro fator que influencia essa condição. Se papéis sociais de passividade e dependência forem promovidos em certas situações o adolescente fica mais vulnerável.

Além disso, as mensagens recebidas na infância desempenham um papel importante no estabelecimento dessa indecisão. Por exemplo, se uma criança está cercada por pessoas que constantemente lhe dizem que ela não é capaz ou que não sabe, então ela pode pensar que é impotente na idade adulta.

Famílias excessivamente controladoras, os adolescentes que vivem em um ambiente onde tudo o que acontece ao seu redor é controlado e são privadas de vivenciar e aprender as consequências das suas ações estão mais vulneráveis a desenvolver o desamparo aprendido.

Desamparo afetivo

Tezelli, resumiu o desamparo afetivo como sendo bastante difíci para o adolescente, podendo prejudicar seu desenvolvimento emocional e impactar em relacionamentos futuros.

O desamparo afetivo, segundo a psicóloga, tem como consequência diversos problemas psicológicos como angústias, timidez, fracasso escolar, agressividade e comportamento antissocial.

Mães narcisistas

Questionada sobre o comportamento de mães nascisistas, Raquel Tezelli ponderou:

“Uma mãe narcisista é muito mais comum do que se imagina. É uma violência com gotinhas homeopáticas todos os dias e várias vezes ao dia. Aquele filho/a sente as coisas, mas é difícil identificar, pois são mães muito ardilosas, dissimuladas. Elas, de fato, não conseguem amar de maneira saudável […]. Ela não consegue que o filho seja cima dela, ela sempre tá se colocando como uma mãe hiperprotetora, mas que o que recebe em troca, é um filho que dá muito trabalho”, pontuou.

Com esse comportamento, a mãe se coloca como vítima da maternidade, “ela não se vê como parte daquela criação e ela não tem o que fazer, pois filho nasceu daquele jeito”, comentou.

Por fim, Raquel expôs que ler livros que ajudem a entender as mudanças na adolescência, é uma das melhores maneiras de saber lidar com essa fase da vida, enviar mensagens no meio do dia para que ele sinta o amor que se sente por ele, fazer comentários positivos sobre eles no seu círculo de amigos são maneiras de se adequar às modificações e ainda assim, deixar explícito todo o carinho que você, enquanto pai ou mãe, sente pelo seu filho.

Assista a entrevista na íntegra:

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